Forças armadas prendem 15 suspeitos de garimpo ilegal em operação na Terra Indígena Yanomami

As Forças Armadas realizaram uma nova etapa contra a infraestrutura do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). Entre os dias 6 e 13 de dezembro, a Operação Legionário mobilizou tropas de elite em uma ofensiva estratégica que resultou na detenção de 15 suspeitos e na destruição de pontos vitais para o escoamento de minerais ilegais.

Estratégia e tecnologia utilizadas

Para furar o bloqueio dos garimpeiros, que instalam estacas nos terrenos para impedir o pouso de aeronaves, os militares utilizaram táticas de infiltração vertical. Operadores especiais do Exército desceram de helicópteros por meio de rapel em áreas de selva densa.

A operação também apostou no fator surpresa com o uso de tecnologia NVG (Night Vision Goggles). Os óculos de visão noturna permitiram que as tripulações da Marinha, Exército e Aeronáutica operassem em escuridão total, mantendo a vigilância e o ataque ativos 24 horas por dia.

Asfixia logística e apreensões

O foco principal foi destruir o que mantém o garimpo vivo, o meio de transporte. Uma equipe de Engenharia do Exército utilizou explosivos para interditar as pistas de pouso clandestinas Pupunha, Aracaçá e Noronha. O balanço das apreensões inclui:

  • Minerais: 500 kg de cassiterita;
  • Combustível: 2.600 litros de óleo diesel;
  • Comunicação: 5 antenas de internet via satélite;
  • Armamento: Armas curtas, longas e munições;
  • Maquinário: Duas dragas metálicas e um quadriciclo.

Os 15 detidos (14 homens e uma mulher) foram encaminhados à sede da Polícia Federal em Boa Vista.

SAIBA MAIS: O que é a Cassiterita?

É o principal minério de onde se extrai o estanho, essencial para a indústria eletrônica (soldas) e produção de latas. No garimpo ilegal, sua extração causa danos severos aos rios devido ao revolvimento do leito para encontrar o mineral, que é pesado e de alto valor comercial.

Impacto financeiro

A Operação Legionário é parte de um esforço maior. Desde abril de 2024, as ações conjuntas já causaram um impacto econômico superior a R$ 623,8 milhões às estruturas criminosas.

Impacto da Operação (Acumulado) Total
Prisões efetuadas 300
Pistas de pouso destruídas 72
Aeronaves inutilizadas 44
Ouro apreendido 249,6 kg
Cassiterita apreendida 187.243 kg
Prejuízo estimado ao crime R$ 623,8 mi

Além do prejuízo financeiro ao crime, a operação foca na recuperação ambiental, interrompendo o desmatamento e a contaminação por mercúrio nos rios, como o Uraricoera, onde dragas foram destruídas nesta última fase.

SAIBA MAIS: Como funciona o Comando Conjunto?

A Operação Catrimani II reúne órgãos de segurança pública, agências federais e as Forças Armadas, em coordenação com a Casa de Governo em Roraima. A ação tem caráter preventivo e repressivo contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais na Terra Yanomami.

Confira o vídeo da operação :