
Pela primeira vez, o Sistema de Informações e Indicadores Culturais traz uma análise dos Microempreendedores Individuais (MEI) que atuam no setor cultural. Em 2022, 9,5% dos MEI (1,4 milhão) estavam no setor cultural. Sua distribuição por domínios era bem diversa da observada para as empresas do setor cultural do Cempre, com altas participações para Design e serviços criativos (44,9%), que inclui atividades ligadas à publicidade, e Artes visuais e artesanato (13,0%).
Apesar da maior escolaridade, setor da cultura é mais informal
Em 2024, o setor cultural tinha 5,9 milhões de ocupados, o maior valor da série iniciada em 2014, acompanhando o dinamismo do mercado de trabalho como um todo. Em termos relativos, mantém a proporção de 5,8% observada em 2023, também representando os maiores valores da série da Pnad Contínua.
O perfil das pessoas ocupadas no setor cultural em 2024, na comparação com o total da população ocupada, era de nível de instrução mais elevado (30,1% na cultura x 23,4% no total das atividades com superior completo), mais feminino (47,4% x 43,4%), com mais pessoas de cor ou raça branca (50,2% x 43,2%), ocupadas como conta própria (43,0% x 25,2%) e em ocupações informais (44,6% x 40,6%).
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O rendimento médio real habitual do trabalho principal da população ocupada em atividades culturais foi de R$ 3.266 por mês, em 2024, e R$ 3.331, em 2023, mostrando uma retração de 2,0%, levando em conta a inflação. Ao mesmo tempo, entre 2023 e 2024, o rendimento do trabalho principal como um todo cresceu 3,5%, chegando a R$ 3.108 em 2024. Com isso, a diferença entre cultura e o total da economia passou de 11,0% em favor da cultura para 5,1% nos dois últimos anos.
“Esse comportamento pode ser explicado pela dinâmica de alocação das pessoas entre ocupações e atividades de um ano para o outro, com crescimento a partir de setores com menor remuneração como educação e alojamento e alimentação”, observa Athias.
Pela primeira vez, o estudo fez uma análise das principais atividades e ocupações dentro do setor cultural. Publicidade (8,3% do setor cultural em 2024) ganha importância na proporção de ocupados no setor cultural desde o início da série, passando da sétima posição em 2014 para a primeira em 2024. Telecomunicações (7,6%) cai da primeira para a segunda e Confecção (6,2%) sobe da décima para a terceira posição.
Além disso, os maiores níveis de informalidade em 2024 foram encontrados em Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário (80,8%), Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis (78,2%), Confecção, sob medida, de artigos do vestuário (74,2%).
Fonte Dados IBGE