
Dezenas de mulheres se reuniram na tarde e noite deste domingo (7), em frente à Assembleia Legislativa de Roraima, para uma vigília em defesa da vida e em memória das vítimas de feminicídio. A ação marcou o encerramento do Levante por Mulheres Vivas, mobilização nacional convocada pelo Levante Feminista que ocupou ruas de 36 cidades brasileiras.
Em Boa Vista, a concentração começou por volta das 16h30 e reuniu coletivos, organizações da sociedade civil, defensoras de direitos humanos e familiares de vítimas. Com cartazes e palavras de ordem, as participantes denunciaram o avanço da violência doméstica e a falta de políticas públicas eficazes para conter o cenário no estado, que figura entre os que apresentam aumento contínuo nos índices de agressões contra mulheres.
Durante a vigília, nomes de vítimas foram lembrados em uma leitura silenciosa que emocionou quem acompanhava a mobilização. Os sapatos de vítimas dispostos no chão formaram um círculo, simbolizando a união das mulheres e a urgência de medidas que garantam proteção e prevenção.
Coordenadora local do ato, Regy Carvalho afirmou que a presença expressiva do público reforça o chamado nacional por respostas mais firmes das instituições. Ela também criticou a falta de interesse das parlamentares de Roraima pelo ato.
“O ato foi fundamental para denunciar a violência que cresce no nosso estado e no país. Nos chamou a atenção que nenhuma parlamentar participou, essa ausência deixa claro o tamanho do descaso”, declarou.

O momento contou com diversas falas em defesa da vida das mulheres pelos movimentos como exemplo Mães da Resistência, e INARANAS da Frente popular Mulheres de Roraima.
O movimento encerrou a programação pedindo a ampliação da rede de atendimento às mulheres, mais investimentos em prevenção e celeridade nos processos judiciais envolvendo casos de violência de gênero. Participantes avaliaram que a mobilização cumpriu seu papel de transformar dor em reivindicação e reforçar que o feminicídio não é um episódio isolado, mas resultado de negligência histórica.
A vigília terminou já ao anoitecer, com cânticos e um minuto de silêncio dedicado às vítimas. As organizações envolvidas anunciaram que novas ações serão planejadas ao longo do ano para manter o tema no centro do debate público.