A coisa acontece quando estamos despreparados para ser o que somos. Porque quando nos deixamos ludibriar pelos patifes estamos nos desvalorizando e perdendo personalidade. Alguém já disse que os cachorros e os covardes sabem quando você está com medo deles. Mas, cuidado porque os cachorros também são inteligentes, e por isso sabem quando você está com medo, ou não. Faz muito tempo que contei pra você um caso hilário, mas verdadeiro. Ali no terminal do estacionamento do supermercado, tinha uma residência. E todas as tardes, quando eu vinha com o pão da tarde, tinha um cachorro na calçada, que ficava latindo e me provocando. Eu passava bem pertinho dele, mas não lhe dava a mínima atenção. E ele saía me acompanhando e latido insistentemente. E eu continuava na minha, sem ligar o mínimo para ele. Até que aconteceu, numa tarde. Eu ia passando e ele continuou me acompanhando e latindo. De repente ele avançou, mordeu e rasgou o bolso da minha calça e arranhou o meu bumbum. Virei-me e ele saiu correndo e entrou pelo portão. Voltei e olhei. Ele estava deitado, olhando pra mim, como se dissesse: seu otário! Não pude deixar de rir e saí rindo pela rua, como um otário por nunca ter dado atenção a ele.

A partir daquele dia todas as tardes quando eu passava ele ficava caladinho e sentado como se eu não existisse. Aprendi a lição. O tempo passou e bem depois, certo dia, quando eu ia passando o cidadão, dono do cachorro ia saindo pelo portão e sorrindo o cumprimentei. Era a primeira vez que eu o via. No sorriso contei pra ele o que seu cachorro tinha feito comigo. O homem não sorriu, não falou, e nunca mais eu vi o cachorro. O que aconteceu, não sei. Mas não gostei. Ele deve ter judiado do cachorro que se comportou como um cachorro desrespeitado por um cara que não entedia da coisa. O rasgão na calça e arranhão no bumbum foi uma lição de como eu deveria ter dado mais tenção a um cachorro que sabia o que vazia, no seu papel de cão. Afinal, ele era apenas considerado um animal irracional. E eu, um animal racional, que acabei aprendendo com ele. Vamos prestar mais atenção aos animais, senão seremos iguais a eles.

O importante mesmo é que tenhamos o amor como o poder mais forte que nos enriquece e dirige na caminhada da racionalidade. Mas não vamos exagerar. O carinho e o amor que estamos dando aos cachorros, atualmente, podem parecer exagerados, mas apenas externa o amor que temos, e damos, na racionalidade. Pense nisso.

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