Casos de queloide são mais comuns em pele negra (Foto: Reprodução)
Casos de queloide são mais comuns em pele negra (Foto: Reprodução)

Queloide e cicatriz hipertrófica são problemas que muitos só descobrem quando a pele começa a reagir de forma exagerada a um corte, cirurgia, piercing ou até a uma espinha inflamada. Diferente das cicatrizes comuns, elas crescem além dos limites da ferida, ficam endurecidas, elevadas e podem causar coceira, dor e incômodo estético. Como o tratamento costuma ser longo e o risco de voltar é alto, identificar precocemente quem tem tendência a desenvolver esse tipo de cicatriz é essencial, especialmente antes de qualquer procedimento médico ou estético.

Pesquisas publicadas em bases como PubMed mostram que há um forte componente genético na formação de queloides. Pessoas com histórico familiar, especialmente quem tem parentes de primeiro grau com o problema, apresentam risco maior. A literatura científica também aponta prevalência mais elevada em pessoas de pele mais escura, além de maior incidência em adolescentes e adultos jovens.

Outro fator importante é o local da lesão: peito, ombros, costas e orelhas são áreas que cicatrizam com mais tensão e, por isso, têm chance maior de formar queloides. Quem já teve uma cicatriz elevada no passado deve ter atenção redobrada, pois o risco de repetir o quadro é maior.

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Saber disso antes de um procedimento faz toda a diferença. Cirurgias eletivas, piercings, tatuagens e até pequenas incisões podem ser evitados ou planejados com técnicas específicas quando o paciente já apresenta perfil de risco. O uso de folhas ou géis de silicone, compressão local e curativos especiais ajudam a controlar a reação da pele nas primeiras semanas.

Mas, se mesmo com cuidados a cicatriz começar a crescer, os tratamentos atuais combinam diferentes técnicas. As injeções de corticosteroides, aplicadas diretamente na lesão, continuam sendo o método mais utilizado e têm respaldo em inúmeros estudos clínicos.

Em muitos casos, a associação com medicamentos acelera a resposta e reduz a chance de retorno. O laser, especialmente o PDL, também tem mostrado bons resultados para melhorar textura e cor, enquanto procedimentos cirúrgicos só são indicados quando a cicatriz é grande ou resistente a outras terapias. Mesmo nesses casos, a retirada deve ser acompanhada de tratamento complementar, já que a cirurgia isolada apresenta altas taxas de retorno.

Planejar procedimentos é importante para sua saúde mental

Além dos aspectos médicos, o impacto emocional é significativo. Queloides em áreas visíveis podem afetar autoestima, escolhas de vestuário e até decisões sobre procedimentos estéticos futuros. Por isso, dermatologistas e cirurgiões plásticos enfatizam a importância de planejamento, acompanhamento e orientações claras para que o paciente saiba exatamente o que esperar e como agir ao notar qualquer alteração.

Na prática, quem tem histórico familiar, pele mais escura ou já desenvolveu cicatrizes elevadas deve sempre avisar o médico antes de cirurgias, tatuagens ou piercings. Após qualquer ferimento, é importante observar a pele nas primeiras semanas e procurar ajuda se surgir coceira, dor, alteração de cor ou crescimento da cicatriz além da área original.

A orientação dos especialistas é iniciar o tratamento preventivo cedo para aumentar as chances de controlar a evolução. Agir rapidamente ao primeiro sinal de alteração na cicatrização são os passos mais importantes para evitar queloides e preservar a saúde e a aparência da pele.