
O Sindicato da Saúde de Roraima (Sintras-RR) cobra da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista (SMSA) o pagamento das horas extras excedentes ao limite de 200 horas mensais a, pelo menos, 34 profissionais do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).
A presidente do sindicato Maceli de Souza Carvalho afirmou que o pagamento se refere ao mês de outubro e alertou que, a situação, caso não seja regularizada, pode interromper os atendimentos às crianças ainda neste ano. Atualmente, a única unidade hospitalar infantil de Roraima é responsável por realizar, em média, cerca de 500 atendimentos diários.
Vinte e um técnicos em enfermagem, seis enfermeiros, três auxiliares de enfermagem, dois assistentes administrativos e dois auxiliares de serviços diversos trabalharam entre 204 e 366 horas extras em outubro, mas só receberam pelo teto.
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Por conta disso, segundo a sindicalista, alguns profissionais já pararam de trabalhar por horas extras.
“Isso está prejudicando a assistência lá de dentro da unidade semi-intensiva, que é uma unidade muito importante [que está com metade dos leitos funcionando]. E tem noite que está ficando com três técnicos”, exemplificou.
Em novembro, a diretora geral do hospital Laudineia Barros da Costa Bonfim pediu, por ofício, que o secretário municipal de Saúde, vice-prefeito Marcelo Zeitoune (PL), autorize o pagamento de horas extras excedentes.
A gestora, então, alegou que a medida impede a diminuição do número de atendimentos e internações por urgência e emergência, diante do déficit de profissionais que só será atenuado após a contratação de profissionais pelo concurso público em andamento.
“Mesmo diante de medidas de adequação já adotadas, como o remanejamento de servidores de áreas não assistenciais e o redimensionamento de leitos, ainda persiste déficit significativo de profissionais, o que torna imprescindível a realização de plantões extras para assegurar o funcionamento dos serviços”, pontuou, em ofício.
O que diz a Prefeitura
Procurada, a Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoas (Smag) disse que o pagamento está garantido e será realizado em folha suplementar, embora não tenha divulgado uma data.
“A medida foi definida após nova avaliação dos registros, necessária porque alguns casos ultrapassaram as 200 horas mensais, além da carga horária normal. A SMAG reforça que todo o processo está tramitando, assegurando transparência e compromisso com os servidores”, completou, em nota.