
Quatorze pessoas foram presas em Roraima por atraso no pagamento de pensão alimentícia ao longo das últimas 48 horas em Boa Vista, Alto Alegre, Cantá e São Luís do Anauá. As detenções ocorreram durante a Operação Elo Perdido, coordenada pela Polícia Civil, após mandados expedidos pela Justiça contra responsáveis que deixaram de cumprir a obrigação de sustento dos filhos.
Os alvos -12 homens e duas mulheres- somam mais de R$ 100 mil em dívidas acumuladas. Entre os casos que mais chamaram atenção está o de uma mãe que devia R$ 46 mil ao filho cuja guarda havia sido transferida ao pai. Um outro caso envolveu um pai com débito de R$ 42 mil.
A diretora do DOPES, delegada Cândida Magalhães, explicou que a operação não representa apenas o cumprimento de ordens judiciais, mas a garantia de um direito básico de crianças e adolescentes. Segundo ela, o atraso na pensão alimentícia afeta diretamente alimentação, assistência médica, compra de materiais escolares e até a continuidade dos estudos.
“Quando a pensão deixa de ser paga, a criança sente imediatamente. É fome, é falta de remédio, é ausência de itens essenciais. A responsabilidade com os filhos é um dever inadiável”, afirmou.
Os mandados foram executados por equipes do DOPES e da Polinter, sob a chefia do delegado Alexandre Matos. A Polícia Civil informou que os mandados chegam à Polinter após o esgotamento das tentativas de conciliação nos processos. Quando o responsável não regulariza o valor devido, a Justiça determina a prisão civil. Mesmo durante o cumprimento, os devedores podem obter a soltura se apresentarem comprovante de quitação total da dívida – o que ocorreu com 12 dos 14 detidos. Apenas dois foram levados à audiência de custódia.
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Por que “Elo Perdido”?
O nome da operação faz referência ao rompimento do vínculo financeiro e afetivo que ocorre quando o responsável deixa de pagar a pensão alimentícia. Segundo a Polícia Civil, a pensão é um elo essencial para garantir a proteção e o desenvolvimento das crianças. Quando esse elo se quebra, o impacto recai diretamente sobre os menores.