O advogado Samuel Almeida em entrevista à Folha (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
O advogado Samuel Almeida em entrevista à Folha (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

O advogado da médica M.S.G.V., Samuel Almeida Costa, afirmou que as falas da delegada Jéssica Muniz Abrantes sobre o caso que investiga a causa da morte da defensora Geana Aline de Souza configuram quebra do segredo de justiça o qual o processo corre. A declaração foi feita em entrevista à FolhaBV na manhã desta quinta-feira (27).

De acordo com a defesa da médica, a declaração da delegada atrapalha o curso do processo e é opinativa.

Definitivamente, não está comprovada a existência de nexo de causalidade entre o atendimento realizado pela doutora e o óbito. Causou perplexidade a Autoridade Policial divulgar informações sensíveis, sigilosas, de forma seletiva, fazendo juízo de valor sobre uma investigação que deveria ser imparcial. Esse indiciamento dela é uma opinião e essa opinião, não representa uma comprovação de culpa ou de responsabilidade.

Caso ainda segue sendo investigado

Defensora pública Geana Aline de Souza Oliveira morreu após complicações registradas dias depois de um procedimento ginecológico. (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com o advogado, o momento ainda é precoce para revelar detalhes da investigação, o que pode gerar prejuízos para o andamento do inquérito. Ele reforçou ainda que não há comprovação de que o óbito de Geana teria sido causado por conta do atendimento da médica.

“Hoje, a causa dessa infecção está sob investigação. Saber como essa infecção começou é um dos pontos-chave da investigação”, explicou, lembrando que “não há qualquer comprovação de qual seria a origem dessa infecção”, apontou Samuel.

Samuel afirma também que a profissional era devidamente capacitada par realizar o procedimento e atua de acordo com as normas do Conselho Regional de Medicina em Roraima (CRM-RR).

Por fim, o advogado afirmou que a médica coopera com as investigações e lamenta o ocorrido e se solidariza com a família de Geana.

O que diz a Polícia Civil

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Roraima se manifestou dizendo que as afirmações feitas pela defesa do caso não procedem e que as informações passadas à imprensa não ferem o sigilo do processo, seguindo o padrão técnico e imparcial.

Veja a seguir a nota na íntegra:

A Polícia Civil de Roraima informa que as alegações apresentadas pelo advogado da médica M. S. G. V., não procedem.

As informações repassadas à imprensa seguiram o padrão técnico e imparcial adotado institucionalmente para comunicações ao término de investigações, sem qualquer identificação da pessoa indiciada e sem divulgação de documentos, elementos probatórios ou conteúdos protegidos pelo sigilo judicial.

A Polícia Civil ressalta ainda que mantém absoluto respeito às restrições legais e às determinações judiciais que resguardam procedimentos sob sigilo.

A formalização do indiciamento, quando realizada, não implica juízo definitivo de culpa e tampouco representa violação ao sigilo, uma vez que o ato não exige, para sua comunicação institucional, a exposição de dados sensíveis ou de conteúdo protegido.

A Polícia Civil reafirma seu compromisso com a legalidade, com a transparência responsável e com a condução isenta das investigações, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.