
Desde que os smartphones, tablets e computadores passaram a acompanhar quase todos os momentos do dia, seja para estudo, trabalho ou lazer, especialistas em saúde ocular vêm alertando para o crescimento de um problema silencioso entre os mais jovens: a Síndrome do Olho Seco (SOS).
Embora tradicionalmente associada a pessoas mais velhas, a condição hoje se apresenta com frequência cada vez maior em jovens adultos e, segundo recentes pesquisas, pode começar a se manifestar de forma subclínica, ou seja, antes mesmo que os sintomas clássicos sejam percebidos como graves.
Um estudo recente com jovens adultos entre 21 e 30 anos apontou que quase todos os participantes apresentavam ao menos um sintoma compatível com a doença e mais de 9 em cada 10 relataram algum desconforto ocular após longas horas de tela diariamente. A pesquisa verificou também uma relação estatisticamente significativa entre o tempo de uso de dispositivos eletrônicos e a intensidade dos sintomas de olho seco.
Segundo os autores, a combinação de uso prolongado, baixa frequência de piscadas (algo comum quando estamos concentrados em telas) e negligência das pausas necessárias torna a superfície ocular mais vulnerável à desidratação, irritação e inflamação.
Para quem vive na rotina digital, trabalhando, estudando ou simplesmente navegando por redes sociais, os primeiros sinais podem passar batido: coceira leve, sensação de “areia” nos olhos, leve ardência ou ressecamento no fim do dia. Com o tempo, sem cuidados, esses sinais podem se intensificar e se tornar crônicos, impactando a qualidade de vida, o conforto ocular e até o desempenho no trabalho ou estudo.
Saiba como prevenir a síndrome
A boa notícia é que, mesmo se manifestando desde cedo, há formas eficazes de prevenir e reduzir o risco de agravamento, especialmente no ambiente escolar e laboral, onde o uso de telas é intenso.
Oftalmologistas alertam para medidas simples e acessíveis: fazer pausas periódicas durante o uso de aparelhos, piscar conscientemente, ajustar a posição da tela para uma distância confortável, manter o ambiente com umidade adequada e evitar ar-condicionado diretamente sobre o rosto.
Além disso, as consultas oftalmológicas regulares ganham importância redobrada. A detecção precoce, mesmo diante de sintomas leves, permite orientar o paciente sobre hábitos de uso e, se necessário, iniciar lubrificação ocular com lágrimas artificiais, recomendar ajustes ergonômicos ou adotar outras intervenções preventivas.