Joner Chagas, ex-prefeito de Bonfim. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Joner Chagas, ex-prefeito de Bonfim. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quarta-feira (26), operação para aprofundar a investigação sobre a prisão de três pessoas com R$ 510 mil em dinheiro vivo, cuja origem seria supostamente ilícita. Ao todo, a corporação cumpre seis mandados de busca e apreensão em Boa Vista e um em Bonfim.

A Folha BV apurou que policiais cumpriram ordens na casa do ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos), mas a princípio, não encontraram elementos relevantes para a investigação.

Presos em flagrante com meio milhão em setembro, a empresária Mariângela Moletta, o esposo Emiliano Natal do Nascimento e a filha do casal, Juliana Moletta Nascimento, também são alvos da operação.

Em nota, o advogado Diego Rodrigues, que representa esses três suspeitos, confirmou a informação, disse que a atividade da PF é “legítima”, mas garantiu que os clientes “irão comprovar que não praticaram os delitos dos quais estão sendo acusados”.

A reportagem também procurou a assessoria de Joner Chagas e da Prefeitura de Bonfim, e aguarda retorno. Em ocasião anterior, Chagas disse confiar na Justiça e prometeu provar a inocência no processo, enquanto a Prefeitura disse que todos os procedimentos seguiram rigorosamente os ritos legais.

A Justiça de Roraima também determinou bloqueio e sequestro de bens em valores que superam R$ 2 milhões de reais, além da apreensão de bens e suspensão imediata do contrato da empresa investigada Prosolo com a Prefeitura de Bonfim.

Operação Déjà Vu

A Operação Déjà Vu apura possíveis fraudes em licitações e desvio de recursos destinados à manutenção de estradas vicinais no interior do Estado. A investigação começou em 30 de setembro, com a prisão de Mariângela, Emiliano e Juliana com R$ 510 mil em espécie em Boa Vista. Eles foram soltos 17 dias depois.

As apurações indicaram vínculo com medições fraudulentas e um esquema envolvendo empresa contratada para recuperar estradas vicinais, que, apesar de contratos acima de R$ 40 milhões, não possuía estrutura física ou operacional compatível.

Com base nos elementos apurados, a PF identificou um grupo organizado, atuando de forma coordenada para cometer crimes como fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e associação criminosa, utilizando empresa de fachada e movimentações financeiras suspeitas.