
O associativismo foi apresentado como uma das principais estratégias para ampliar a competitividade da indústria de alimentos em Roraima durante o Encontro da Indústria de Alimentos & Encerramento do PROCOMPI – Vitrine da Indústria, realizado nesta segunda-feira (24), no SENAI Asa Branca. A programação reuniu empresários, especialistas e representantes institucionais para discutir como a união setorial pode fortalecer micro e pequenas indústrias e impulsionar a valorização da produção regional.
O evento é promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER) e pelo Sebrae Roraima, que defendem que a organização coletiva do setor é decisiva para ampliar mercados, melhorar processos e dar visibilidade aos alimentos produzidos no estado. Segundo a federação, o segmento já movimenta cadeias produtivas importantes e se consolida como motor de desenvolvimento local.

A superintendente da FIER, Almecir Câmara, afirmou que o encontro marca o início de um movimento para reativar o Sindicato da Indústria de Panificação, Confeitaria e Alimentos, desativado desde 2016. A procura partiu dos próprios empresários, que buscam ampliar a representatividade do setor.
“Nós estamos encerrando o PROCOMPI, que é um programa de competitividade para a indústria roraimense. Temos mais de 30 produtos que estarão fazendo parte dessa vitrine da indústria, e o nosso objetivo é dar visibilidade ao produto roraimense através do associativismo. Quando você trabalha só, você é uma voz, mas se você se reúne em sindicato, você ganha força”, explicou Almercir.
Ela reforçou que a formalização da representação sindical é essencial para consolidar o setor.
Palestra destaca união como motor de crescimento
A palestra “Do Campo à Mesa do Futuro: Sustentabilidade e União que Nutrem a Indústria”, ministrada pela jornalista e pesquisadora da cultura alimentar amazônica Denise Rohnelt Araújo, reforçou que o fortalecimento da indústria só ocorre quando empresas atuam de forma integrada.
“A gente tem muito produto. Eu detesto aquela palavra que diz que ‘nós temos potencial’. A gente não tem mais potencial, a gente tem produtos — e produtos fortes. E esses produtos precisam estar num conjunto. O associativismo é uma coisa muito boa. Uma andorinha não anda só, não adianta. Ela tem que andar em bando, e é o bando que fortalece”, reforçou Denise.
Denise destacou que experiências bem-sucedidas na Amazônia mostram o impacto direto da organização coletiva na consolidação de marcas e na ampliação de mercados internacionais.

“Acabei de chegar da Espanha levando esses produtos todos. O pessoal bate palma e pergunta ‘onde eu compro?’. Não sei, ainda não temos. Mas por que a gente não tem? Porque as pessoas caminham sozinhas.”
Ela citou o exemplo do robusta amazônico, que ganhou projeção nacional após a união dos produtores Paiter Suruí, em Rondônia. “O robusta amazônico está aí para provar: é forte porque é o café do povo Paiter Suruí, não de uma única marca”, completou.
Vitrine da Indústria
O encontro marcou também o encerramento do PROCOMPI – Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias, que apoiou empresas locais com capacitação técnica, ferramentas de inovação e práticas de gestão que ampliam eficiência e produtividade.
Na programação, foi lançada a Vitrine da Indústria. Um mapeamento conduzido pela FIER que reúne informações sobre as indústrias alimentícias atuantes no estado e destaca produtos que compõem o parque industrial roraimense. O documento pode ser acessado no site da Fier.