
Em meio à pressão crescente de facções estrangeiras na fronteira norte e ao avanço de grupos ligados ao tráfico internacional, a Polícia Militar de Roraima afirma estar em “estado permanente de atenção” e ampliando ações para impedir a expansão do crime organizado no estado. A avaliação é do comandante-geral da corporação, coronel Overlan Lopes, que detalhou a estratégia usada pela PM para responder ao cenário de risco.
Segundo Lopes, a corporação monitora de perto a atuação de facções criminosas, especialmente as de origem venezuelana, que se aproveitaram das rotas migratórias e da fronteira seca para se instalar em áreas urbanas e de floresta. “A Polícia Militar está plenamente atenta e acompanha de forma contínua qualquer movimentação que possa representar risco à ordem pública e à paz social”, afirmou.
Policiamento reforçado e integração com forças federais
O comandante destacou que a PM tem ampliado o policiamento ostensivo e reforçado operações conjuntas com outras forças de segurança, incluindo Polícia Civil, Polícia Federal e Força Nacional, em áreas urbanas, zonas rurais e regiões fronteiriças.
“Estamos fortalecendo nossa tropa, ampliando patrulhamento e reforçando barreiras policiais tanto nas cidades quanto na divisa com a Venezuela, Guiana Inglesa e Amazonas”, explicou.
Overlan disse ainda, que além das ações diárias, a corporação mantém operações específicas contra o tráfico de drogas, crimes transfronteiriços, roubos e furtos.
Uiramutã recebe reforço por ser rota estratégica do crime
Com destaque no relatório Cartografia da Violência na Amazônia e apontado por investigadores como um dos principais corredores para atuação de facções, o município de Uiramutã, na tríplice fronteira, tornou-se prioridade nas ações da PM.
“O policiamento em Uiramutã foi reforçado de forma significativa. Mantemos equipes atuando regularmente, intensificamos patrulhamento em comunidades indígenas e fiscalizações nas áreas de difícil acesso”, afirmou Lopes. Segundo ele, o objetivo é “Impedir a circulação de criminosos e garantir tranquilidade aos moradores”.
Fronteiras sensíveis e extensão territorial são principais desafios
O comandante admite que o maior desafio para a corporação é manter cobertura policial em um estado que combina grandes distâncias, áreas remotas e fronteiras altamente porosas.
“A PM enfrenta o desafio de atender regiões extensas e sensíveis, mas temos demonstrado capacidade de adaptação, ampliando operações e instruindo a tropa para garantir presença nos municípios e limites estaduais”, afirmou.
A fronteira com a Venezuela, rota de entrada de migrantes, contrabandistas e faccionados, continua sendo o ponto de maior atenção. A corporação também intensificou o monitoramento na divisa com o Amazonas, que passou a registrar movimentações suspeitas de criminosos vindos de outros estados.
Lopes reforçou que o objetivo central da corporação é impedir que grupos criminosos consolidem território e tragam instabilidade à população roraimense. “Estamos atentos, presentes e atuando em todo o estado de Roraima. A PM mantém seu compromisso histórico com a proteção da sociedade e o enfrentamento firme ao crime organizado”, concluiu.