Ele quase escorregou pelos meus olhos, sábado pela manhã. Foi quando assisti a um programa, na televisão, falando sobre, e mostrando, o cajueiro de Parnamirim. O programa levou-me à minha infância e minha adolescência, vividas em Parnamirim, onde fui muito feliz e vivi a vida que me faz feliz até hoje. Parnamirim era, na época, apenas uma vila quase ligada a Natal. Seu desenvolvimento maravilhoso e encantador iniciou-se com a construção da Base Aérea Norte-americana, como preparação para a Segunda Guerra Mundial. E sinto-me muito feliz por ter vivido e assistido a todo aquele desenvolvimento nacional, em período maravilhoso-controverso de uma guerra. Sentado aqui à mesa, vivi na lembrança aqueles momentos que foram indescritíveis. Tanto na infância quanto na adolescência. Os momentos que me foram enriquecedores com a construção da Base, e a chegada dos norte-americanos que me ensinaram, sem perceberem, a viver uma vida realmente vivida, com acontecimentos que mantenho na memória há mais de oito décadas. E com certeza, continuará por mais algum tempo, sei lá quantos. Nunca irá sair de minhas lembranças os momentos que vivi naquela Escola de Base, construída depois da saída dos americanos, com a retirada dos guerreiros. Você não imagina o que seria se eu tivesse, hoje, condição de visitar três Município de Natal, onde vivi toda a felicidade de um jovem feliz: Parnamirim, Pendências e Macaíba. Municípios onde vivi uma vida com felicidade que às vezes tenta escorregar pelos meus olhos, como saudade. Em Macaíba, por exemplo, vivi momentos que podem até lhe parecer fúteis, mas não são. São simplicidades que ficam arquivadas na memória, porque valem apenas. Foi onde eu já era adolescente e tínhamos um vizinho que fazia a festinhas de fim de semana, no quintal. E todas as vezes, tinha um cara que cantava a música: “Segunda-feira eu vou pra feira; terça-feira eu chego lá; quarta-feira eu faço a feira; quinta-feira eu saio de lá; sexta-feira eu chego em casa; no sábado estou enfadado; domingo é dia santo, eu não posso trabalhar”. Acho que era por isso que o cara estava, em todos os domingos, cantando no quintal do meu vizinho. De todas as cidades em que já vivi, no Rio Grande do Norte, tenho historinhas pra contar. Já falei pra você do meu conhecimento com o compositor, “Sargento Dodô. Tenho dele, em minha memória, uma musica lindinha sobre a “Praia de Ponta Negra”. A praia mais encantadora de Natal, onde nadei muito quando jovem. Sou um cara feliz. Pense nisso.

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