Presidentes das delegações de Ciência e Cozinha com o presidente da Fundação Pere Castells
Presidentes das delegações de Ciência e Cozinha com o presidente da Fundação Pere Castells

A sexta edição do Congresso Mundial de Ciência e Cozinha que aconteceu nos dias 10 a 12 de novembro na Universidade de Barcelona trouxe uma verdadeira experiência de sabores e aromas do mundo para a cidade catalã.

Foram três dias de muitas palestras e intensas conversas sobre ingredientes variados e novas técnicas.

A abertura teve a presença de dois grandes chefs da Catalunha, Ferran Adrià e Joan Roca, que enalteceram a criatividade, a interação da cozinha catalã com a ciência, a inovação que foi apresentada para todo o mundo.

No painel sobre o desenvolvimento gastronômico sustentável coordenado pela representante da FAO, Florence Egal, a chef ítalo-congolesa Victoire Gouloubi, primeira mulher negra da alta cozinha italiana, criadora do programa “La Mia África”; e responsável pela primeira feira de excelência culinária Afro-caribenha na Itália, UMA ULAFI (que significa ” Garfo Gourmet ” em suaíli) , em Milão.

No painel sobre Projetos de aromas e sabores, coordenado pela cientista gastronômica argentina Mariana Koppmann, ela falou sobre a importância dos aromas e sabores nos alimentos; a cientista gastronômica de Harvard, Pia Sorensen, falou sobre os aromas e sabores da fermentação e destacou o UMAMI; a americana Kendra Sepulveda destacou a importância de promover e proteger o Kombucha em todo mundo.

O mestre dos aromas François Chartier (Quebec- Canadá), que vive em Barcelona, também é sommelier, cozinheiro, escritor, consultor, revelou o DNA gastronômico de alguns ingredientes dominantes da cozinha catalã e de seus vinhos. Super interessante o material com análise do DNA aromático.

No painel sobre os aromas e sabores da confeitaria, coordenado pelo chef chileno Heinz Wuth, teve como destaque a confeiteira paulista Giuliana Cupini que falou sobre a neuroconfeitaria e a análise de uma bebida típica da Catalunha, a Ratafia, que é um licor tradicional.

O grande momento do Brasil foi no painel Aromas e Sabores do Mundo coordenado pela jornalista e cientista gastronômica, Luciana Bianchi, brasileira que está vivendo há muitos ano em Galápagos no Equador.

A delegação brasileira coordenada pela pesquisadora e presidente da delegação, Denise Rohnelt Araujo, junto com o chef sul-mato-grossense, Paulo Machado, falaram sobre algumas frutas e sementes nativas do Brasil. Foi uma árdua tarefa em selecionar no meio de quase 100 frutas originarias do país que tivessem aromas e sabores marcantes desconhecidos no mundo. Foram selecionadas a partir dos biomas. As frutas escolhidas foram Araçá Boi, Butiá, Cambuci, Caju, Cumaru e Pequi. Primeiro Denise e Paulo falaram sobre os frutos e passamos os aromas de cada um para a plateia que praticamente não conheciam nenhum ingrediente citado.

Durante o brunch, a delegação brasileira teve a oportunidade de colocar todos os sabores na mesa, junto com uma chipa feita pelo chef Paulo Machado. Quem estava no local teve a oportunidade de experimentar geleias de cambuci, araça boi, butiá, castanha e doce de caju, licores de pequi e butiá, óleo de pequi, caramelo de cumaru.

O licor e a geleia de butiá foram feitos pelo chef catarinense André Vasconcelos e foram super bem recebidos e elogiados por todos. Ainda tínhamos na mesa de apresentação, café arábica Imeru e jujuba de cupuaçu da Comunidade do Kauwê (RR), sementes de cumaru e puxuri da Manioca (PA), Caramelo de cumaru da Jucarepa (PA).

O presidente da Fundação Mundial de Ciência e Cozinha, Pere Castells, falou da importância da participação brasileira e principalmente por terem trazido produtos extraordinários para que todos pudessem experimentar e conhecerem os sabores do Brasil.

O evento teve muitos momentos importantes e seria muito difícil resumir tudo, mas as novidades que vieram na mala são o primeiro Congresso Mundial de Ciência e Cozinha no Chile que vai acontecer final de julho ou início de agosto; a quarta edição do curso intensivo de Gastronomia Cientifica na Itália e o primeiro curso de IA para a gastronomia no início de setembro; e a abertura da Associação Mundial de Ciência e Cozinha. Mais informações acessem: www.scienceandcookingworldcongress.com