
Pediatras têm registrado, nas últimas semanas, um aumento nos atendimentos de crianças com eritema infeccioso, também conhecido como quinta doença, uma infecção viral comum na infância. Apesar de geralmente leve, o quadro exige atenção para evitar confusões com outras doenças exantemáticas e para orientar corretamente famílias e escolas.
Sintomas começam como um resfriado comum
Nos primeiros dias, o eritema infeccioso costuma se manifestar com sintomas inespecíficos, semelhantes aos de um resfriado: febre baixa, coriza, dor de cabeça e mal-estar. A característica mais marcante, porém, aparece logo depois: uma mancha avermelhada intensa nas bochechas, dando à criança a aparência de ter levado um “tapa no rosto”.
Em seguida, surgem manchas rosadas e avermelhadas pelo corpo, que podem formar desenhos semelhantes a rendas na pele. O exantema tende a se intensificar após exposição ao sol, calor ou atividade física.
Causada por vírus e com transmissão antes das manchas
O eritema infeccioso é causado pelo parvovírus B19 e se transmite principalmente por gotículas respiratórias. A fase de maior contágio ocorre antes do aparecimento das manchas, o que faz com que muitas famílias só percebam que a criança estava doente quando ela já não oferece risco de transmitir o vírus.
“Quando o exantema surge, a criança geralmente já está bem clinicamente e não transmite mais a doença”, explica pediatras. Por isso, em muitos casos, não há necessidade de afastamento escolar após a confirmação do diagnóstico.
Tratamento é simples e focado no alívio dos sintomas
Por se tratar de uma infecção viral, o tratamento é sintomático, com orientação de hidratação, repouso e antitérmicos quando necessário. O uso de antibióticos não é indicado.
Em crianças saudáveis, o eritema infeccioso costuma ter evolução benigna. Entretanto, médicos alertam que pessoas com anemia grave, imunossupressão ou gestantes expostas ao vírus devem receber acompanhamento especial.
Quando procurar atendimento médico
Embora a doença costume ser leve, é importante buscar avaliação se a criança apresentar:
Febre persistente por mais de três dias
Falta de ar, palidez acentuada ou cansaço extremo
Lesões de pele que não seguem o padrão característico
Sinais de desidratação
Escolas e creches recebem orientações
Com o aumento dos casos, escolas e unidades de educação infantil têm recebido orientações para reforçar medidas de prevenção, como lavagem das mãos, higienização de ambientes e cuidados com ventilação.
Profissionais de saúde reforçam que o cenário não é motivo de alarme, mas de atenção. “É uma doença comum, que aparece em surtos e tende a desaparecer espontaneamente. A informação correta ajuda a evitar preocupação desnecessária”, destaca a equipe pediátrica.