Seja pelo custo-benefício ou pela busca por mais saúde, a bicicleta tem se tornado um meio de transporte cada vez mais utilizado pelos moradores de Boa Vista. Tanto os modelos comuns quanto as elétricas, ganharam espaço nas ruas, e o aumento do fluxo de ciclistas reforça a necessidade de mais atenção ao uso correto das ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas para evitar acidentes.
A equipe de reportagem da FolhaBV conversou com a superintendente municipal de trânsito, Ednalva Freitas, que explicou que a estrutura das ciclovias e ciclofaixas tem total capacidade de proteger os ciclistas quando utilizada da maneira correta.
As normas de trânsito estabelecem que as bicicletas devem seguir o mesmo sentido do fluxo de veículos motorizados e, quando houver estrutura adequada, trafegar preferencialmente por ciclovias ou ciclofaixas.
“Os ciclistas também devem usar equipamentos de segurança, como campainha, sinalização e espelho retrovisor, além de respeitar os sinais de trânsito, como o semáforo”, disse.
Para as bicicletas elétricas, a regra não muda, elas devem cumprir as mesmas normas de circulação previstas para as bicicletas comuns.
“Ainda não há uma regulamentação municipal específica para fiscalizar as bicicletas elétricas, mas os ciclistas precisam utilizar a ciclovia quando disponível, seguir o sentido da via e respeitar placas de Pare, semáforos e cruzamentos”, explicou a superintendente.
Ciclovia, ciclofaixa e ciclorrota: como usar corretamente
Muito se fala sobre ciclovias, mas elas não são a única estrutura voltada às bicicletas. Há também as ciclofaixas e as ciclorrotas, três soluções de engenharia de trânsito, projetadas para aumentar a segurança viária e reduzir o número de acidentes envolvendo ciclistas
A ciclovia tem estrutura própria e fica separada fisicamente da pista de veículos, nesse caso, o ciclista deve dar prioridade a quem está a pé e respeitar o limite de 25 km/h.
A ciclofaixa, por outro lado, é uma faixa pintada na própria via, delimitada por tachões. Ela é de uso exclusivo das bicicletas, embora veículos possam parar rapidamente para embarque e desembarque, sempre com atenção redobrada à segurança dos ciclistas.
As ciclorrotas, são trechos onde carros e bicicletas compartilham a mesma via, mas com prioridade para quem pedala. A sinalização é feita no asfalto, com o símbolo branco e a bicicleta em vermelho. Todas são regulamentadas e devem ser usadas sempre que disponíveis.
Grande parte dos acidentes envolvendo ciclistas ocorrem pelo descumprimento de regras básicas de trânsito. Entre os comportamentos mais arriscados estão avançar sinais vermelhos, circular na contramão e ignorar placas de Pare, apontou a superintendente.
“Alguns ciclistas aceleram, passam no vermelho e tentam atravessar na frente dos veículos. Na maioria das vezes, não conseguem e acabam se envolvendo em acidentes graves”, alertou.
Ciclomotor x bicicleta elétrica
Embora pareçam semelhantes, a bicicleta elétrica e o ciclomotor são veículos distintos. A bicicleta elétrica possui motor auxiliar que só funciona com o pedal, não tem acelerador e atinge no máximo 32 km/h. O ciclomotor, por sua vez, é produzido sem pedal, utiliza acelerador, pode chegar a 50 km/h e é classificado como veículo automotor, exigindo registro, emplacamento e habilitação para circular.
A superintendente explicou que, atualmente, apenas os ciclomotores com mais de 50 cilindradas podem ser fiscalizados.
“Para conduzir esse tipo de veículo, é necessário ter 18 anos e possuir Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC) ou CNH na categoria A, além de utilizar capacete e manter o veículo registrado e emplacado”, destacou.
Planejamento de novas ciclovias na cidade
Apesar de avenidas como a Ville Roy, Capitão Júlio Bezerra, Glaycon de Paiva e Brigadeiro Eduardo Gomes contarem com essas estruturas para ciclistas, muitos bairros mais afastados do centro ainda não possuem esse tipo de sinalização.
Questionada sobre o planejamento e a distribuição de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em Boa Vista, a superintendente explicou que o Departamento de Engenharia de Tráfego realiza análises periódicas para identificar áreas com maior circulação de ciclistas e demanda por novas estruturas.
“As implantações são avaliadas semestralmente. Vias com grande fluxo de ciclistas já receberam ampliação de ciclovias, e outras regiões estão em estudo”, finalizou.
