
A entrada do porta-aviões USS Gerald R. Ford no mar do Caribe neste domingo (16) elevou o clima de tensão entre Estados Unidos e Venezuela. A embarcação, uma das mais avançadas da Marinha norte-americana, reforça a operação conduzida pelos EUA contra embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
Segundo a agência internacional, Associated Press, o grupo naval cruzou a Passagem de Anegada, próximo às Ilhas Virgens Britânicas, ampliando o alcance da ofensiva norte-americana no Caribe e no Pacífico Leste. Desde setembro, ações militares têm mirado pequenas embarcações na região, em um esforço que Washington classifica como combate a ameaças transnacionais.
Com o reforço, a missão passa a operar com um conjunto maior de navios, aeronaves e militares — estrutura que engloba caças, destróieres e fuzileiros navais. A liderança da força-tarefa afirma que a intenção é conter atividades criminosas que, segundo os EUA, impactam diretamente a segurança regional.
A movimentação norte-americana ocorre em meio a exercícios conjuntos realizados em Trinidad e Tobago com tropas locais. Autoridades do país caribenho afirmam que as atividades miram o enfrentamento ao crime organizado, enquanto o governo da Venezuela interpreta a aproximação como provocação. Caracas classifica as ações como tentativa de gerar instabilidade próxima ao seu território.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O envio do porta-aviões reacende discussões sobre o escopo das operações dos EUA no Caribe e sobre os limites legais das ações militares em áreas próximas à Venezuela. No Congresso norte-americano, parlamentares de partidos distintos têm cobrado maior transparência sobre a base jurídica dessas investidas.
Para analistas, a presença de um porta-aviões no Caribe modifica de imediato o cálculo político e militar na região. Mesmo sem indicação de ofensivas diretas, o movimento é visto como demonstração de força dos Estados Unidos no continente.