
O prefeito de Alto Alegre (RR), Wagner Nunes, quebrou o silêncio e lamentou a suspensão, por decisão judicial, do Forró Alegre. O evento seria na quinta (13), sexta (14) e sábado (15), com direito ao show da banda Collo de Menina, contratada por R$ 300 mil.
Em vídeo, o prefeito classificou como “política” e “incabível” a denúncia do vereador oposicionista Kiko Melo (MDB) ao Ministério Público (MPRR) que resultou na suspensão do tradicional festejo municipal.
Segundo o gestor, com o cancelamento, o Município deixará de receber dinheiro da Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult), por meio de convênio, para realizar o evento.
“É uma derrota que não é do prefeito Wagner, mas para o povo de Alto Alegre, para os nossos comerciantes, para os nossos vendedores ambulantes, para o movimento e para a cultura do nosso Município”, declarou.
Na decisão, a juíza de Alto Alegre, Sissi Schwantes, considerou que destinar mais de R$ 1 milhão ao festejo seria uma “inversão de prioridades”. Ela impôs multa diária de R$ 100 mil ao prefeito e o governador Antonio Denarium (Progressistas) em caso de descumprimento.
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Isso porque o Município, conforme ela, passa por uma precariedade de serviços essenciais. A magistrada citou citando ações civis públicas em andamento que cobram melhorias em escolas, postos de saúde, estradas e no aterro sanitário de Alto Alegre.
Em resposta, Wagner Nunes fez um balanço das principais ações da gestão, como a revitalização de escolas municipais, a compra de centrais de ar e móveis novos para as unidades escolares e o pagamento pontual de salários aos professores.
Na saúde, ele citou a aquisição de mais três ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o acréscimo de uma base do serviço e a iminência de inaugurar mais uma. O prefeito também disse que as farmácias estão abastecidas com medicamentos.
Por fim, Nunes disse que discute com o Sebrae alternativas para resolver a obra do aterro sanitário, cuja obra está parada desde a gestão anterior.
Tréplica
Após a divulgação do vídeo, Kiko Melo divulgou nota para dizer que a decisão judicial foi um “ato jurídico” e não “político”.
“Uma medida dessa natureza não é fruto de achismos ou interesses partidários, mas de análises técnicas e jurídicas sérias, embasadas em fatos concretos. É importante destacar que essa decisão não se baseia apenas na provocação que fiz ao Ministério Público, mas em diversas denúncias e situações que refletem o descaso com a administração pública”, disse, reiterando as acusações contra a gestão.