O presidente do Crea-RR, Neovânio Lima, exibe o selo azul antigo, descontinuado (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
O presidente do Crea-RR, Neovânio Lima, exibe o selo azul antigo, descontinuado (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RR), Neovânio Lima, disse que o órgão abriu processos de sindicância interna contra ao menos cinco fiscais para investigar a venda de selos de fiscalização em obras privadas e públicas em Roraima.

A declaração em entrevista coletiva nesta sexta-feira (7) ocorre na semana em que a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão contra dois fiscais suspeitos de comercializar a regularização de obras que descumpriam requisitos técnicos. Um deles foi afastado das funções por 120 dias por decisão da Justiça.

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Entrevista coletiva no Crea: a gerente de fiscalização Kátia Lorena, o presidente Neovânio Lima e o primeiro-vice-presidente Marcos Wanderley (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Entrevista coletiva no Crea: a gerente de fiscalização Kátia Lorena, o presidente Neovânio Lima e o primeiro-vice-presidente Marcos Wanderley (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Segundo Lima, o Crea recebeu cerca de 100 denúncias sobre o crime desde 2024 e tem buscado passar informações às autoridades como as polícias Civil (PC), Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Ele também não descartou a possibilidade de envolvimento de gráficas e de falsos fiscais no esquema.

Novo selo

Crea-RR substituiu antigo selo azul por branco (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Crea-RR substituiu antigo selo azul por branco (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Neste contexto, o órgão decidiu recolher todos os antigos selos azuis em que os fiscais faziam anotações de forma manuscrita. Com isso, o Crea passou a adotar o selo branco já impresso com o código da fiscalização para facilitar a rastreabilidade, além de estabelecer um limite de selos para cada fiscal.

Denúncias

O presidente do conselho orientou que, em caso de suspeitas, a população pode procurar o órgão por meio do contato da ouvidoria – (95) 98420-1004 -, do site oficial da instituição e de engenheiros habilitados.

Segundo Neovânio Lima, nas fiscalizações, os profissionais costumam ir munidos de colete, crachá e materiais de trabalho do Crea, em viatura oficial do conselho,

“Se alguém chegar se passando por agente fiscal nosso ou gerente de fiscal nosso que ofereça serviços técnicos ou regularização ou execução de obra, a gente também pede que nos faça denúncias com relação a esse tipo de ação, porque há denúncias também de que fiscais nossos estão regularizando obras”, declarou.