
As mulheres brasileiras continuam formando uniões — sejam casamentos ou uniões estáveis — em idades mais jovens que os homens, mas essa diferença tem diminuído ao longo dos anos. Dados recentes mostram que, entre pessoas com até 39 anos, 42,9% das mulheres estavam unidas, proporção superior à dos homens na mesma faixa etária (35,8%).
A partir dos 40 anos, o cenário se inverte. Entre os 40 e 49 anos, há uma leve predominância masculina nas uniões (23,2% contra 23,1% das mulheres). A diferença se acentua nas idades mais avançadas: entre pessoas com 60 anos ou mais, 22,5% dos homens vivem em união, ante 16,7% das mulheres — uma diferença de quase seis pontos percentuais.
De acordo com a pesquisadora Luciene, o padrão está ligado à maior expectativa de vida feminina. “Com uma maior longevidade das mulheres, aumenta a proporção daquelas que vivem sem cônjuges ou companheiros, seja por separação ou viuvez. Isso faz com que, a partir dos 60 anos, a proporção de homens que vivem em união seja maior”, explica.
A idade média ao se unir pela primeira vez também tem mostrado uma tendência de crescimento nas últimas décadas. Em 1980, a média era de 24,1 anos; em 1991, 24,3; em 2000, 24,2; em 2010, 24,4; e em 2022 chegou a 25 anos.
Os homens continuam se unindo mais tarde que as mulheres, mas a diferença entre os sexos vem diminuindo. Em 2000 e 2010, a distância era de cerca de três anos; em 2022, passou para 2,7 anos.
Regionalmente, o Sudeste apresentou as maiores idades médias à primeira união — 25,9 anos no total. Na região, os homens se unem, em média, aos 27,2 anos, e as mulheres, aos 24,6.
O avanço da escolaridade, a inserção feminina no mercado de trabalho e mudanças nos padrões familiares ajudam a explicar o adiamento das uniões e o equilíbrio gradual entre homens e mulheres na formação de casais no país.