A região apresenta o maior percentual de famílias com filhos do país (Foto Nilzete Franco/FolhaBV)
A região apresenta o maior percentual de famílias com filhos do país (Foto Nilzete Franco/FolhaBV)

Enquanto no restante do país cresce o número de casais sem filhos, a Região Norte segue na contramão dessa tendência e mantém a predominância de famílias formadas por casais com filhos. Os dados são do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pela primeira vez desde o início da série histórica, as famílias compostas por casais com filhos representam menos da metade do total nacional — caindo de 56,4% em 2000 para 42% em 2022, o equivalente a 24,3 milhões de famílias. Em contrapartida, os casais sem filhos foram o grupo que mais cresceu, passando de 13% para 24,1% (13,9 milhões de famílias) no mesmo período.

No Norte, porém, a realidade é diferente. A região apresenta o maior percentual de famílias com filhos do país, reflexo das taxas de fecundidade tradicionalmente mais elevadas e de uma forte presença de arranjos familiares estendidos, que incluem outros parentes além do núcleo conjugal.

Especialistas apontam que fatores culturais, econômicos e demográficos ajudam a explicar essa configuração. Em muitas localidades da Amazônia, é comum que diferentes gerações convivam sob o mesmo teto, o que reforça laços familiares e o papel coletivo no cuidado das crianças.

Enquanto isso, o Censo mostra que famílias monoparentais femininas são mais frequentes no Nordeste, e casais sem filhos predominam nas regiões Sul e Sudeste — onde o envelhecimento populacional e as mudanças nos padrões de fecundidade avançam mais rapidamente.