Por que mudar faz parte do desafio: o que impede as gerações mais velhas de adotarem hábitos saudáveis (Foto: Divulgação)
Por que mudar faz parte do desafio: o que impede as gerações mais velhas de adotarem hábitos saudáveis (Foto: Divulgação)

As gerações mais antigas, de modo geral, tendem a enfrentar maiores desafios para criar hábitos saudáveis e se adaptar às novas práticas de saúde. Essa dificuldade é resultado de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais que influenciam o comportamento humano ao longo da vida.

  1. Hábito e neuroplasticidade
    Com o passar dos anos, o cérebro perde parte da chamada neuroplasticidade — a capacidade de formar novas conexões e rotinas. Isso significa que mudar comportamentos automáticos, como padrões de alimentação, sono ou prática de atividade física, exige mais esforço cognitivo. O cérebro tende naturalmente a conservar o que é familiar, aquilo que foi aprendido e repetido ao longo de décadas.
  2. Crenças e cultura formadas ao longo da vida
    Muitas pessoas mais velhas cresceram em contextos nos quais a noção de saúde, alimentação e exercício físico era bem diferente da atual. Em outras épocas, “comer bem” significava comer muito, e especialmente carne, não necessariamente ter uma dieta equilibrada. O exercício físico era visto como algo voltado para os jovens ou atletas, não como uma necessidade cotidiana. Essas crenças e hábitos culturais, construídos ao longo de anos, ajudam a explicar a resistência a novas ideias de cuidado com o corpo e a mente.
  3. Fatores emocionais e motivacionais
    O medo de fracassar ou o desconforto diante de mudanças tendem a ser mais fortes com o passar da idade. É comum que surja a sensação de que “agora não adianta mais”, como se os benefícios da mudança fossem tardios. Além disso, doenças crônicas e limitações físicas podem tornar o processo de mudança ainda mais desafiador, aumentando a percepção de esforço.
  4. Acesso à informação e à tecnologia
    Grande parte das recomendações e campanhas de saúde hoje circula em meios digitais, como redes sociais e aplicativos. No entanto, as gerações mais velhas nem sempre têm facilidade ou confiança para acessar essas ferramentas. A desconfiança em relação às “novas modas” de nutrição e bem-estar também pode dificultar a adesão a práticas mais atuais.
  5. Ambiente e suporte social
    O ambiente em que a pessoa vive e o apoio social que recebe têm papel decisivo na criação e manutenção de novos hábitos. Quando familiares e amigos não compartilham os mesmos objetivos de saúde, a mudança torna-se mais difícil. O isolamento social, mais frequente em idades avançadas, também reduz o estímulo e a motivação para transformar a rotina.
  6. Um ponto positivo: é possível mudar
    Apesar dos obstáculos, é importante destacar que pessoas mais velhas são plenamente capazes de mudar e conquistar uma vida mais saudável. Com o apoio certo, metas realistas e motivação pessoal, muitos conseguem incorporar novos comportamentos e até demonstram maior disciplina do que os mais jovens. O segredo está em compreender o propósito da mudança e adaptá-la à realidade e ao ritmo de cada indivíduo.