Claro que não vamos entrar em detalhes num assunto tão profundo. Mesmo porque ele exige detalhes técnicos. O Gibran, em si, já nos chama à atenção para a importância do assunto. Tenho observado muito, recentemente, sobre os comportamentos de pais e mães, nos comportamentos das crianças atuais. Embora devamos ir um pouco além da nossa atenção. Porque todos as crianças de todas as épocas tiveram mentes desenvolvidas. Só não, tiveram ambiente próprio para o desenvolvimento mental das crianças de tempos passados. Mas precisamos ser cautelosos e entendermos o que está correto em nossas orientações, sobretudo nas correções. Não podemos corrigir uma criança de hoje com gritos, palmadas, e muito menos com palavrões. Como, pais e mães, devemos nos colocar na posição de educadores. E a educação que sai do lar deve ser ordeira e respeitadora. Porque na “Universidade do Asfalto”, a criança já adulta, vai aprender que para ser respeitado é preciso respeitar. E ela só entenderá isso se tiver sido respeitada quando criança. E na criança o respeito está na delicadeza.

Quando entendemos que o não tanto pode ser positivo, como negativo. Vai depender de como o dizemos. Vamos ter sempre em mente, que a educação que damos a nossos filhos, hoje, no lar, é a mesma que nossos pais de antigamente nos deram. A diferença está no modo de transmissão do não. Meu pai sempre foi um pai do qual sempre me orgulhei e sempre me orgulharei. Mas, já lhe falei do dia em que eu ainda era criança. Eu ia passando quando ele conversava com um seu amigo. De repente ele falou alguma coisa que me pareceu incorreta. E foi aí que eu pequei. Sem nenhuma intenção, corrigi a fala do meu pai. Coisa muito simples e até hilária. E sem aborrecimentos, mas como correção, meu pai falou corrigindo:

– Criança não se mete em conversa de adulto!

Saí de rasteira, mas para ele não perceber a dificuldade que eu tinha para segurar o riso. Isso já faz mais de oitenta anos, mas nunca esqueci do quanto adorei o alerta do meu pai. Embora já bem adultão, nunca me meti em conversa de outra pessoa, sem o seu consentimento. Vá refletindo sobre essa simplicidade, quando corrigir seu filho criança. O não nem sempre é negativo, mesmo que esteja corrigindo. Que precisamos dizer não com o sentido de educar. E só educamos com educação. E esta nem sempre necessita de um diploma. O importante é o respeito pelo próximo, que somos nós. Pense nisso.

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