Além do milho, os indígenas colheram banana, cana de açúcar, batata, macaxeira e diversas outras hortaliças. (Foto: Divulgação).
Além do milho, os indígenas colheram banana, cana de açúcar, batata, macaxeira e diversas outras hortaliças. (Foto: Divulgação).

Mais de 930 sacos de milho comum e 360 de milho verde foram colhidos na região das Serras, na terra indígena Raposa do Sol. Essa se tornou a maior safra da história da comunidade. Com 28 moradores, eles conseguiram produzir essa quantidade em apenas 10 hectares.

Além do milho, os indígenas colheram banana, cana de açúcar, batata, macaxeira e diversas outras hortaliças. Com o recorde de cultivo, foi realizado um evento de celebração na comunidade indígena Bom Futuro, localizada há cerca de 42 quilômetros da sede do município de Uiramutã. 

O tuxaua da comunidade Bom Futuro, Renisson Michel Galé, ressaltou que esse resultado comprova que o indígena só precisa de oportunidade para produzir e prosperar.

O tuxaua da comunidade Bom Futuro, Renisson Michel Galé. (Foto: Divulgação).

Temos terras férteis para plantar, então, fomos atrás de parcerias e conseguimos bater uma safra recorde este ano. Melhor. Conseguimos até um caminhão-baú para escoar nossa produção até a capital. Sempre apostei nisso, a agricultura indígena, bem trabalhada, pode desenvolver economicamente nosso município”, disse o tuxaua.

Segundo o tuxaua, as comunidades indígenas serranas de Uiramutã produziram em 2025 mais de 3 mil sacas de milho. “Uma média de 90 sacos por hectare,ou seja, a super safra já injetou mais de R$300 mil na região” , pontuou.

O secretário de Educação do Uiramutã, Damázio de Souza Gomes, falou da importância das parcerias para suprir as demandas dos povos indígenas.

“A agricultura alimenta o nosso povo e também reforça a merenda escolar, pois a educação municipal dá prioridade e compra a produção local para fortalecer nossa economia. Vamos continuar de mãos dadas com nossos produtores indígenas”, elogiou o secretário.

O patriarca da Bom Futuro

Na ocasião,  os moradores também comemoraram o aniversário de 107 anos do patriarca da comunidade Bom Futuro, Macedo Galé, conhecido como “Macedinho”. 

Nascido em 10 de outubro de 1918 na região do Alto Cotingo, seu “Macedinho” é pai de oito filhos, dos quais três já morreram. Ele relatou que foi criado por fazendeiros.

“Desde criança eu ajudava na roça e na criação dos animais da fazenda, mas quando fiz 20 anos fui atrás dos meus sonhos. Então, me mudei para a região das Serras, onde moro até hoje com minha família, filhos, netos e bisnetos”, explicou.

Bastante emocionado por relembrar sua trajetória, o homem finalizou seu discurso com uma mensagem de fé. “Que o Pai abençoe a todos vocês”, desejou.