Um estudo inédito da Universidade de São Paulo (USP) propõe uma nova forma de entender o impacto da alimentação no bem-estar e na longevidade dos brasileiros. A pesquisa desenvolveu o Índice Nutricional de Saúde (HENI), que estima quantos minutos de vida saudável cada alimento pode acrescentar ou reduzir por porção consumida. A ideia é oferecer uma métrica simples e acessível para visualizar o efeito de diferentes escolhas alimentares no cotidiano.
Foram avaliados 33 alimentos comuns na dieta brasileira, com resultados que variam de forma expressiva entre os mais benéficos e os mais prejudiciais. O peixe de água doce, por exemplo, acrescentaria em média 17,22 minutos de vida saudável por porção, enquanto o feijão, um dos itens mais tradicionais da mesa nacional, adicionaria 6,53 minutos. Já produtos ultraprocessados, como a bolacha recheada, poderiam reduzir até 39,69 minutos a cada porção consumida.
Segundo os pesquisadores, o índice HENI leva em conta a composição nutricional, o teor de gordura saturada, açúcares e sódio, além da presença de fibras, proteínas e micronutrientes. O resultado é uma estimativa que relaciona o valor nutricional dos alimentos com os riscos e benefícios associados ao seu consumo ao longo do tempo.
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A pesquisa destaca, no entanto, que o cálculo em “minutos de vida saudável” não deve ser interpretado de forma literal. A proposta é ilustrar, de maneira didática, como escolhas alimentares diárias podem ter impacto cumulativo na saúde e na expectativa de vida. Os autores reforçam que nenhum alimento isolado define a saúde de uma pessoa e que o equilíbrio geral da dieta é o fator mais determinante.
Ao trazer uma métrica adaptada à realidade alimentar do país, o estudo da USP chama atenção para a importância de políticas públicas e ações educativas voltadas à promoção de hábitos mais saudáveis. Pequenas mudanças no prato, como incluir mais grãos, vegetais e proteínas magras, podem representar, ao longo dos anos, um ganho significativo em qualidade e tempo de vida.
