Pode reparar: o fim de outubro tem uma vibração diferente. Não é só sobre Halloween, nem apenas sobre o mês que se despede — é sobre um tipo de energia que atravessa fronteiras, crenças e continentes. Enquanto uma parte do mundo acende velas para os antepassados, outra celebra o folclore, a música ou apenas o mistério de viver entre o visível e o invisível. E neste ano, esse clima ganha um brilho especial: no dia 31 de outubro, teremos uma Lua Crescente Gibosa em Peixes, o signo da intuição e das emoções profundas.
De Samhain ao Halloween: as raízes de um dia entre mundos
Antes de o Halloween virar uma festa de fantasias e doces, existia o Samhain — o festival celta que marcava o fim da colheita e o início do inverno espiritual. Era o momento em que, segundo a tradição, o véu entre os vivos e os ancestrais se tornava mais fino. As pessoas acendiam fogueiras, faziam oferendas e agradeciam à terra pelos frutos do ciclo que se encerrava. Os primeiros “Jack-o’-lanterns” eram feitos de nabos, iluminando a noite e guiando os espíritos de volta para casa.
Com o tempo, o cristianismo incorporou o Samhain ao calendário litúrgico e criou o All Hallows’ Eve, a véspera do Dia de Todos os Santos — o que conhecemos hoje como Halloween. Da Irlanda e Escócia, a tradição viajou até os Estados Unidos e ganhou uma nova roupagem, mas manteve seu núcleo simbólico: o poder da transição e o respeito pelos ciclos da vida.
Outros nomes, a mesma essência
Em outras partes do mundo, o 31 de outubro e seus dias vizinhos também são dedicados à memória, à união e à transformação. No México, começa o clima de celebração para o Día de Muertos, quando famílias montam altares coloridos para receber as almas queridas. No Peru, o dia é dedicado à Canción Criolla, exaltando a cultura e a identidade nacional. No Brasil, é o Dia do Saci, símbolo de esperteza e resistência do nosso folclore. E na Índia, a data marca o Dia da Unidade Nacional, em homenagem ao líder Sardar Patel.
Mesmo com tantas formas diferentes de celebração, a mensagem é a mesma: lembrar, agradecer e se renovar.
A Lua Crescente em Peixes: emoção, expansão e cura
Neste 31 de outubro, o céu estará sob o domínio da Lua Crescente em Peixes — e isso muda completamente o clima energético do período. Peixes é o signo das emoções sutis, da empatia e da espiritualidade. A Lua Crescente, por sua vez, fala de movimento, crescimento e conquista. Juntas, elas formam um campo emocional poderoso para curar feridas, sonhar de novo e dar continuidade ao que já vem sendo plantado ao longo do ano.
Depois de meses de intensas reformas internas, essa combinação convida a crescer com o coração aberto — a transformar o que ainda dói em aprendizado e o que ainda assusta em fé.
Rituais simples para atravessar o portal com leveza
Nada de complexidade ou cerimônias grandiosas. A força deste momento está na simplicidade. Aqui vão alguns gestos simbólicos para alinhar suas intenções à energia dessa Lua:
🌿 Banho de leveza e expansão
Ferva hortelã, manjericão e três folhas de louro. Depois do banho habitual, despeje a infusão do pescoço para baixo. Enquanto isso, imagine seus projetos crescendo com serenidade.
🕯️ Ritual da vela e da água
Acenda uma vela branca e coloque ao lado um copo de água com um ramo de alecrim. Escreva num papel algo que deseja expandir e leia em voz baixa. Quando a vela terminar, jogue a água em um vaso ou jardim.
💭 Escrita intuitiva
Em uma folha branca, escreva três palavras que representem o que quer manifestar. Não pense demais — apenas sinta. Guarde o papel até a próxima Lua Cheia.
🔮 Amuleto da intuição
Monte um pequeno saquinho lilás ou branco com uma folha de louro, um cristal (como ametista, quartzo verde ou citrino) e uma palavra de poder. Carregue com você ou deixe sobre sua mesa de trabalho.
A mensagem do último portal
O fim de outubro é mais do que o encerramento de um mês — é um portal de energia entre o que já foi e o que está por vir. Cada cultura o celebra à sua maneira, mas todas tocam o mesmo ponto: a transformação. E, sob a luz da Lua Crescente em Peixes, somos convidados a sentir, sonhar e crescer.
Então, antes que outubro se despeça, vale fazer uma pausa e se perguntar: “O que dentro de mim ainda quer florescer antes que o ano acabe?”
Porque talvez seja exatamente aí — entre mundos, entre marés e entre fases — que o novo começa.
