Ambos foram indiciados por homicídio qualificado, praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Ambos foram indiciados por homicídio qualificado, praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A Justiça de Roraima converteu em preventiva a prisão em flagrante do casal suspeito de matar a própria filha, uma bebê de dois meses, em Boa Vista. A decisão foi tomada nesta terça-feira (14), durante audiência de custódia, a pedido do Ministério Público do Estado (MPRR).

De acordo com a decisão judicial, o magistrado entendeu que “mostra-se inadequada a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”, determinando a custódia preventiva de H.C.S. e R.P.S., pais da criança. Ambos foram indiciados por homicídio qualificado, praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

O crime ocorreu na segunda-feira (13), no bairro Jardim Equatorial, zona Oeste da capital. A bebê foi encontrada morta dentro da residência da mãe, já sem vida e com manchas roxas pelo corpo.

Conforme a decisão, os dois apresentaram versões contraditórias sobre o que ocorreu. “Um aponta o outro como responsável pelo resultado morte. Contudo, há mensagens de texto através das quais a mãe da criança fala de forma expressa que irá matar a infante, sendo que o pai não age com a devida providência para evitar referido resultado”, destacou o juiz no documento.

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Para o promotor de Justiça Diego Oquendo, o caso é de extrema gravidade e causou grande comoção. “A morte dessa criança, que tinha apenas dois meses de vida, não é apenas um dado estatístico, mas uma tragédia que desperta repulsa e indignação social. A gravidade dos fatos, a comoção causada e o fato de os próprios pais figurarem como responsáveis por um crime tão cruel impõem a necessidade de uma atuação firme do Ministério Público para assegurar a responsabilização dos envolvidos, o resguardo da ordem pública e a proteção social”, afirmou.

O promotor ressaltou ainda que condutas como essa “ferem o que há de mais essencial no convívio humano: o dever de cuidado e a preservação da vida”, destacando que a sociedade “precisa ter a certeza de que fatos tão graves não ficarão impunes”.