O ex-reitor da Uerr, Regys Freitas (Foto: Uerr)
O ex-reitor da Uerr, Regys Freitas (Foto: Uerr)

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta terça-feira (14) nove mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento em um possível esquema de fraude e corrupção em vestibulares e concursos públicos sob responsabilidade da Uerr (Universidade Estadual de Roraima).

A Folha BV apurou que os alvos da Operação Meritum incluem o ex-reitor Regys Freitas, a esposa Nayara Ribeiro de Souza Carvalho Faria Russo e servidores públicos: A. B. N., F. R. B. Q., C. D. S., M. S. F. M., A. K. F., R. O. L. F., J. M. M. G, E. K. F.

A PF faz buscas nas casas dos investigados e em setores da instituição, como a CPVC (Comissão Permanente de Concursos e Vestibulares) e Controle Interno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE



A PF divulgou nota para informar que as investigações apontaram indícios de manipulação de resultados nos processos seletivos com favorecimento indevido de candidatos por meio de acesso privilegiado às provas com direcionamento de vagas.

A Justiça também determinou afastamento por 90 dias dos servidores públicos, com manutenção da remuneração, e a instauração sindicância administrativa para apurar as supostas irregularidades funcionais.

Eles ainda estão proibidos de acessar sistemas e a comunicação funcional com subordinados sobre temas relativos a concursos e vestibulares, e de entrar na Uerr e outros setores.

A Uerr reafirmou seu compromisso “com a verdade factual e a justiça procedimental, colaborando com todas as instâncias de controle e auditoria, internas e externas, com total abertura e respeito” (leia a nota completa abaixo).

“Transparência, Responsabilidade e o Compromisso com a Verdade

Nos últimos meses, a Universidade Estadual de Roraima (UERR) tem enfrentado um período de intensas análises internas e de questionamentos públicos. Como instituição pública de ensino superior, nossa força está exatamente na capacidade de enfrentar as adversidades com serenidade, transparência e compromisso ético — valores que sustentam o fazer universitário em sua essência.

É natural que, em momentos de crise ou de transição, surjam dúvidas, ruídos e versões fragmentadas dos fatos. É nesse cenário que se impõe o dever moral de separar o joio do trigo: distinguir, com clareza e responsabilidade, o erro eventual da má-fé, o equívoco humano da intenção dolosa, a crítica legítima da desinformação que fere reputações e instituições.

A UERR reafirma seu compromisso com a verdade factual e a justiça procedimental, colaborando com todas as instâncias de controle e auditoria, internas e externas, com total abertura e respeito. Essa postura não é de defesa pessoal, mas de preservação institucional — porque a Universidade é maior do que qualquer indivíduo, e sua credibilidade é um bem público que deve ser protegido com rigor.

Reafirmamos, ainda, que nenhum ato administrativo, técnico ou financeiro pode ser avaliado fora de seu contexto. A gestão pública é complexa, e o cumprimento das normas deve caminhar lado a lado com a boa-fé e o interesse público. Quando erros ocorrem, devem ser corrigidos; quando injustiças se insinuam, devem ser desfeitas com serenidade e prova documental.

O que se busca, portanto, não é o confronto, mas a restauração da confiança. E isso se faz com trabalho, transparência e diálogo. A UERR continuará firme na missão de formar cidadãos críticos, éticos e comprometidos com a sociedade roraimense, sem se desviar de seus princípios nem se calar diante da injustiça.

Como diz o antigo provérbio, ‘a verdade é o trigo que permanece quando o vento passa’. E é com esse espírito — o de quem acredita no valor do que permanece — que seguimos.”