As inscrições para a segunda edição do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco iniciam no dia 9 de setembro e seguem até 14 de outubro, pelo site baoba.org.br. A iniciativa vai selecionar 30 mulheres negras cis, trans e travestis de todo o país para receber bolsas mensais de R$ 3,5 mil, durante 18 meses, voltadas ao fortalecimento de suas formações e trajetórias de liderança.
Promovido pelo Fundo Baobá para Equidade Racial, o programa busca ampliar a presença de mulheres negras em posições estratégicas de liderança política, social e econômica, promovendo o enfrentamento ao racismo e à desigualdade de gênero. Realizado em parceria com a Fundação Kellogg, Fundação Ford, Open Society Foundation e Instituto Ibirapitanga, o projeto inclui formações técnicas, políticas e socioemocionais, além de mentorias coletivas e individuais.
As bolsas permitirão a execução de planos individuais de desenvolvimento, com formações políticas, técnicas e socioemocionais, além de mentorias coletivas e individuais. O investimento também poderá ser usado em equipamentos, cursos e experiências estratégicas que contribuam para o fortalecimento das lideranças participantes.
Segundo a diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, a nova edição foi aprimorada a partir da escuta de lideranças negras e dos resultados obtidos na primeira fase. “O 2º edital de apoio individual é mais uma oportunidade de investimento em mulheres negras cis e trans, comprometidas com o enfrentamento ao racismo patriarcal e com ações inovadoras, regenerativas e sustentáveis”, afirmou.
Criado em 2019, o Programa Marielle Franco já apoiou 59 mulheres negras de 19 estados e do Distrito Federal, com idades entre 22 e 69 anos, que atuam em diferentes campos — da arte à ciência, passando pelos direitos humanos e pela educação. O impacto se refletiu em redes locais fortalecidas e iniciativas que seguem ativas, mesmo após o encerramento do ciclo de financiamento.
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A pedagoga Viviana Santiago, que integrou a banca entrevistadora da primeira edição, destacou o papel coletivo do programa. “Tudo o que conquistei tem relação com o fato de nunca ter caminhado sozinha. Ter contado com o apoio de outras mulheres negras e instituições foi essencial”, disse.
A mestre em Cultura e Sociedade Midiã Noelle, uma das beneficiadas, ressaltou a transformação pessoal e profissional após a experiência. “O processo com o Baobá foi importante para eu entender, de fato, qual é meu compromisso comigo mesma”, afirmou.