AFONSO RODRIGUES

Permanência ilusória

“Bendita crise que veio tirar minha ilusão de permanência”. (Mirna Grzich)

As mudanças são necessárias para o progresso. Não podemos progredir parados, sem a busca do sucesso. E este só irá chegar com mudanças. Então vamos estar sempre preparados ou preparadas para mudar. Aprender com os erros é fundamental para o aprendizado. E nunca iremos aprender com os erros, sem errar. O importante é que sejamos maduros o suficiente para nunca nos desesperar quando erramos. Toda vez que você errar procure estar ciente de que nunca mais irá fazer a coisa como ela foi feita nesse erro. Simples pra dedéu. Faça uma reflexão sobre os erros que você já praticou. Sejam eles simples ou complicados, no importa. O que importa mesmo é que você reflita sobre o que aprendeu com eles. Mas, não se prenda a eles. Todos eles foram passageiros na piroga fura do desentendimento mental. Nada é mais importante do que aprender a cada minuto de nossas vidas. Então faça isso.

Em mil novecentos e sessenta eu morava em São Miguel Paulista, em São Paulo. Estava casado há apenas um ano e meio, com um filho de dois meses de idade. De repente resolvi ir construir a vida em Mato Grosso. Uma das maiores loucuras que já fiz em minha vida. Mas considero-a apenas um erro. Sem nenhum recurso financeiro nem experiência, encarei a luta. Já em Cuiabá, tive que pegar uma carona para “Barra do Bugre”, onde eu pretendia me instar, como fiz tantos nos depois, em Roraima. A carona era numa caminhonete, e bem altíssima noite, sobre uma carga, sei lá do quê. Estávamos por volta meia-noite quando levei uma pancada muito forte no meu rosto, que doeu pra dedéu. Só aí percebi que se tratava de uma ave gigante, que voava ao contrário da caminhonete. Mas não gritei, e deixei a coisa rolar. Minha cara inchou bastante e quando chegamos à Barra do Bugre, o motorista assustou-se e reclamou porque eu não o avisei da batida. Foi uma das maiores lições de vida na minha vida. Só eu sei o quanto aprendei com aquele erro.

Voltei para casa, mas agora não em Sampa, mas no Rio de Janeiro. Durante vinte e um anos, trabalhei em grandes empresas e estaleiros, até que vinte e um anos depois, resolvi vir para Roraima. E a história só não foi análoga porque eu já tinha certo recurso para a viagem. Mas o maior recurso foi a experiência adquirida com os trancos em Mato groso. E põe tranco nisso. A coisa foi séria e só depois te contarei. Mas estou aqui porque valeu a pena, com o aprendizado com os erros de décadas e décadas atrás. Nunca permaneça no marasmo da vida. Lá na frente há sempre novidades que valem a pena. Pense nisso.

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