A Urihi Associação Yanomami solicitou a manutenção urgente da pista do aeródromo de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami. Em ofício, a entidade cita buracos que colocam em risco os pousos e decolagens no local.
O presidente da associação, Waihiri Hekurari Yanomami, enviou na terça-feira (23) o documento à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e à Infraero, responsável pelo aeródromo.
No ofício, ele menciona uma análise de risco feito pela Voare Táxi Aéreo em 14 de agosto, a qual conclui a situação “crítica” da pista, com buracos e poças de água em toda a extensão dela, área de táxi aéreo e pátio de estacionamento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Folha BV buscou checar com a empresa a situação, por meio da defesa, e aguarda retorno. Entretanto, a reportagem apurou com fontes que a Voare se dispôs a arcar com uma manutenção paliativa para evitar a paralisação dos voos na região.
Em nota, a Infraero disse que fez uma primeira operação de tapa buracos na pista de Surucucu, de acordo com o contrato de prestação de serviços à Funai. “No momento, está sendo feita a discussão sobre um reequilíbrio do contrato para futuras e necessárias intervenções”, disse.
A Funai não respondeu.
No ofício aos órgãos, a Urihi, entretanto, cita risco de suspensão das operações aéreas na região.
“Tal medida seria gravíssima, pois as comunidades dependem diretamente da pista para o abastecimento de alimentos, medicamentos e suporte emergencial”, pontuou.
Ademais, a associação justifica o pedido urgente em razão da proximidade do Fórum de Lideranças Yanomami. O evento será entre os dias 20 e 24 outubro e reunirá lideranças indígenas e autoridades. O acesso à região só pode ser feito por transporte aéreo.