
Uma pesquisa recente do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), em parceria com centros internacionais, trouxe novas evidências sobre a chamada covid longa. O estudo acompanhou pessoas infectadas entre 2021 e 2023 e mostrou que cerca de 23% dos pacientes desenvolveram sintomas persistentes após a infecção pelo coronavírus. Entre eles, mais da metade continuou a relatar problemas de saúde mesmo dois anos depois da doença inicial.
Os sinais mais recorrentes da covid longa incluem fadiga intensa, dores musculares e articulares, falta de ar, problemas de memória e dificuldades de concentração. Alguns pacientes também relatam alterações no sono, ansiedade e sintomas cardíacos, como palpitações. Esses efeitos podem surgir mesmo em pessoas que tiveram quadros leves de covid-19, o que amplia a preocupação dos especialistas.
Segundo os pesquisadores, a persistência dos sintomas compromete atividades simples do dia a dia, reduz a produtividade no trabalho e afeta diretamente a qualidade de vida. Para muitos pacientes, o retorno à rotina normal ainda é um desafio distante.
Entre as recomendações atuais para pessoas que enfrentam a covid longa estão o acompanhamento médico regular, com avaliação personalizada dos sintomas; fisioterapia respiratória e motora, para recuperar a força física e melhorar a capacidade pulmonar; apoio psicológico, essencial no enfrentamento da ansiedade, da depressão e do estresse pós-infecção e rotina saudável de sono, alimentação equilibrada e atividade física leve, sempre com orientação profissional.
Além disso, os pesquisadores também ressaltam que ainda há muito a aprender sobre os mecanismos da covid longa, mas já está claro que a doença representa um desafio de saúde pública que exige atenção urgente. Outra orientação para auxiliar a questão é o investimento em pesquisa, ampliação do acesso à serviços de reabilitação e combate à desinformação, para reduzir os efeitos duradouros da doença na vida das pessoas.