Duas crianças, de sete e oito anos, foram resgatadas em situação de abandono e maus-tratos na Comunidade Cachoeirinha, no Baixo Rio Branco. Elas viviam isoladas na mata, descalças, famintas e com hematomas pelo corpo, dormindo em abrigo improvisado feito com palhas, em meio a uma roça recém-aberta.
O resgate ocorreu na sexta-feira (19) após denúncia anônima de moradores da comunidade, que relataram que o pai, O. G. S., de 50 anos, mantinha os filhos afastados da comunidade, proibidos de frequentar a escola e de ter contato com vizinhos. O homem e as crianças haviam chegado ao local há dois meses e, posteriormente, mudaram-se para uma área isolada, às margens do Rio Amajau, dentro da mata.
No local, a equipe policial avistou movimentação repentina em direção à mata e encontram as duas crianças descalças, famintas, desorientadas e com sinais de maus-tratos, incluindo hematomas pelo corpo. Elas relataram que haviam se alimentado apenas uma vez naquele dia e que viviam em condições precárias, dormindo em abrigo improvisado feito com palhas, em meio a uma roça recém-aberta com motosserra. Segundo os próprios filhos, o pai planejava construir uma casa escondida no interior da mata para permanecer de forma isolada.
As buscas pela região não localizaram o suspeito, que conseguiu fugir. Conforme as informações, ele possui antecedentes criminais e passagem pelo sistema prisional de Roraima em 2016, além de responder a processo por estupro de vulnerável, de acordo com boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Bonfim.
Já as crianças foram conduzidas à embarcação-base da equipe e, no retorno à comunidade, indicaram a casa em que moravam. No imóvel, os policiais constataram condições insalubres, roupas espalhadas e restos de comida estragada no fogão. Após recolher pertences pessoais, os menores foram levados ao Conselho Tutelar e à Delegacia de Caracaraí para receber medidas de proteção.
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A ação foi realizada no âmbito da Operação Escudo Feminino, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), com apoio da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Femarh. A operação segue até o dia 27, reforçando ações de prevenção, fiscalização e combate à violência em comunidades ribeirinhas de difícil acesso.