AFONSO RODRIGUES

O povo na política

“Quando o povo desperta e manifesta sua força e sua majestade, o que acontece uma vez em séculos, tudo dobra diante dele. O despotismo estende-se no chão e simula a morte, tal um animal covarde e feroz diante de leão. Contudo, não demora em levantar-se e aproximar-se do povo com maneiras carinhosas. Usa a duplicidade em vez da força”. (Robespierre)

Minha convivência com a política vem desde a infância. Nessa visão, meu pai era um cara legal. Ele tinha amizade firme com todos os políticos com quem se relacionava. Foi meu pai que me levou, quando eu tinha 8 anos de idade, para assistir à passagem do Getúlio Vargas com o Presidente Roosevelt, em Natal, em 1943. Foi um episódio importantíssimo para mim. E a partir daí ele sempre me levava com ele sempre que visitava um político. O tempo foi passando e me envolvendo com os políticos. E só depois de muitos nos foi que comecei a prestar atenção ao fato de sermos, na família, seis irmãos e ele só dava essa atenção a mim. E o mais importante é que isso nunca provocou incômodo na família. Mesmo porque, acredito, perceberam que eu não tinha nenhuma intenção de entrar na política. Enquanto isso meu irmão, João Rodrigues de Oliveira, faleceu em um acidente de moto, provocado, quando ele saía de um comício onde ele era candidato a Prefeito do Município. Como vemos, esses acidentes com políticos, vem de muito longe.

Quando meu pai faleceu, em 1976, em São Paulo, o Vereador Tarcílio Bernardo estava no velório e falou ao meu ouvido:

– Afonso… uma das coisas que mais admirei em seu pai foi que ninguém nunca soube em quem ele votava.

Entre todos os políticos que tive convivência, em Natal, Rio de Janeiro e São Paulo, o Tarcílio foi o que mais vivemos socialmente. Foi na casa dele que conheci Presidentes da República, Senadores, Deputados, Vereadores e muitos outros. Comi vários churrascos, com grandes políticos na casa do Tarcílio Bernardo, em São Miguel Paulista. E não eram churrascos políticos, mas familiares. Foi ali que naquele sábado, o Jânio Quadros estava quase gritando, que era o que acontecia quando alguém citava o Adhemar de Barros. O Jânio enlouquecia e quase gritava. Adversários ferrenhos. Naquela hora eu estava na sala conversando com a filha do Tarcílio, que era minha colega de colégio, o Deputado Emílio Carlos precisou sair e passou pela sala. Ele tocou no meu ombro, e falou ao meu ouvido, referindo-se ao arrufo do Jânio Quadros:

– Afonso… são briguinhas comadrescas!

Desde então uso muito essa expressão, e nem uso mais aspas, porque todos já sabem que foi dita pelo Deputado Emílio Carlos. Pense nisso.

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