A casa costuma ser vista como um espaço de proteção e conforto, mas, na prática, pode esconder riscos que muitas vezes passam despercebidos. Dados do Ministério da Saúde indicam que acidentes domésticos estão entre as principais causas de atendimentos de emergência no país, especialmente envolvendo crianças, idosos e animais de estimação. Quedas, queimaduras e intoxicações estão no topo da lista de ocorrências, mas especialistas reforçam que pequenas mudanças de rotina podem fazer toda a diferença para evitar problemas graves.
No caso das crianças, a curiosidade natural é um dos fatores que mais exige atenção. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), grande parte dos acidentes poderia ser evitada com medidas simples, como a instalação de protetores em tomadas, o uso de grades em janelas e a restrição de acesso a locais como cozinhas. Produtos de limpeza, medicamentos e objetos cortantes devem ser sempre mantidos fora do alcance dos pequenos.
Entre os idosos, o risco maior está nas quedas, que podem levar a fraturas e complicações sérias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que uma em cada três pessoas acima de 65 anos sofre algum tipo de queda anualmente. Para reduzir esse perigo, recomenda-se eliminar tapetes soltos, instalar fitas antiderrapantes, garantir boa iluminação nos ambientes e utilizar barras de apoio em banheiros. Outra orientação é manter objetos de uso diário em locais acessíveis, evitando o esforço de subir em bancos ou escadas.
Os animais de estimação também precisam de atenção. De acordo com a Associação Mundial de Veterinária (WVA), acidentes domésticos com pets não apenas afetam a saúde dos bichinhos, mas podem colocar a família em risco. Substâncias tóxicas, como medicamentos e alimentos impróprios, devem ser guardadas em armários fechados. Além disso, é importante vedar portas e janelas ou instalar telas de proteção para evitar fugas e quedas.
Profissionais de saúde e segurança reforçam que o primeiro passo para uma casa mais segura é a observação do cotidiano. Identificar pontos de risco em cada cômodo e adaptar o ambiente às necessidades de quem vive nele ajuda a transformar o lar em um espaço verdadeiramente acolhedor. Mais do que proteger, a prevenção garante qualidade de vida e tranquilidade para todos, das crianças aos idosos, passando pelos animais de estimação.