CPI da Grilagem volta pegando fogo na Assembleia

Bom dia.

Fogo

Depois de um período mais morno, a CPI da Grilagem de Terras pegou fogo na reunião desta quinta-feira (4), na Assembleia Legislativa (ALE-RR). A pedido do relator, deputado Renato Silva (Podemos), o servidor do Iteraima (Instituto de Terras de Roraima), Jonathan da Silva Tomás, passou de testemunha a investigado. O parlamentar apontou indícios de atuação irregular em processos de regularização fundiária, incluindo possível favorecimento a terceiros.

Indícios 1

Entre estes terceiros estariam parentes de autoridades. Segundo documentos apresentados à CPI, o servidor teria produzido croquis e respondido a requerimentos ligados a processos de interesse desses familiares mesmo sem procuração formal para representá-lo. Também há mensagens indicando que o servidor Jonathan da Silva Tomás teria recebido pagamentos por serviços de georreferenciamento em espécie e via PIX.

Indícios 2

Renato Silva pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Jonathan entre 2022 e 2025. Segundo o parlamentar, a medida é necessária para confrontar movimentações financeiras com as provas já obtidas pela comissão, incluindo mensagens e documentos que indicariam recebimento de valores ligados a processos de regularização fundiária. Espera-se que essa retomada não seja apenas fogo de palha para justificar a CPI e depois “tudo continuará como dantes nesse quartel de Abrantes”.

Processos-relâmpago

O relator da CPI apontou casos de processos no Iteraima que teriam sido analisados e concluídos em poucos minutos, um trâmite que, segundo ele, pode indicar direcionamento ou tratamento privilegiado. Ele questionou o servidor sobre como seria possível cumprir todas as etapas técnicas nesse tempo, mencionando especificamente procedimentos nos quais o nome de Jonathan aparece como responsável pela análise. Aliás, a quantas anda aquelas irregularidades apontadas anteriormente pela CPI da Grilagem? Algum processo foi anulado, ou tudo foi “acomodado” em nome da convivência e conveniência política.

Operação 1

Quando saíram as primeiras notícias de uma operação da Polícia Federal (PF) na Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed). nesta quinta-feira (4), muita gente imaginou que o alvo seria a merenda escolar. Mas a PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão relacionados um processo de fornecimento de produtos diversos, como itens de limpeza e higiene, por exemplo.

Operação 2

Entre os alvos estão autoridades, incluindo ex-deputado, que teria ligação direta com a gestão da pasta. O motivo da confusão é que recentemente, outra operação da PF, chamada Escama, investigou um possível esquema de fraude em licitação de R$ 11,6 milhões para fornecimento de merenda escolar. A secretaria teria pagado um tipo de peixe e recebido outro de qualidade considerada bem inferior. E o transporte escolar, como fica, hein?

Esquema 1

O afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) pelo Superior Tribunal de Justiça, se tornou ainda mais vexatório com a divulgação de conversas dele por celular, que segundo a PF, tratam de um esquema milionário de desvio de recursos públicos durante a pandemia. O assunto era tratado com a tranquilidade de quem fala sobre comprar pão na esquina.

Esquema 2

À propósito, o vice Laurez Moreira (PSD) assumiu interinamente e, de cara, já exonerou mais de 50 servidores do primeiro escalão, colocando no lugar gente da confiança dele. Voltando aos diálogos que levaram à queda do governador, trocados com familiares e empresários, eles falam da naturalidade com que licitações eram manipuladas, empresas escolhidas antes mesmo dos editais e valores combinados em acertos comerciais.

Internet

Em breve, Boa Vista terá internet em cerca de 300 locais públicos, incluindo praças, escolas, postos de saúde, secretarias, centros de atendimento social e mercados municipais. A Prefeitura oficializou a contratação de uma empresa local para reforçar a infraestrutura digital da cidade

Reeleito

Antes do anúncio oficial, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, antecipou o anúncio de sua reeleição. Ele irá comandar o País que, embora diminuto, possui uma das maiores reservas de petróleo per capita do mundo. A principal bandeira de campanha do líder foi a promessa de tirar o país de 850 mil habitantes da pobreza, graças à riqueza petrolífera. Um ponto de tensão para o mandato é a questão delicada de Essequibo, a região rica em petróleo e minerais que é reivindicada pela vizinha Venezuela.

Investimentos

E por falar no nosso vizinho sul-americano, o Senado aprovou um tratado que busca impulsionar negócios bilaterais, garantir segurança jurídica aos investidores e aproximar ainda mais os dois países vizinhos. Para Roraima, que faz fronteira com a Guiana, a oportunidade parece promissora. Com a economia guianense em ascensão, impulsionada pela exploração de petróleo, a chance de atrair investimentos e fortalecer o comércio regional ganha novo fôlego. E o próprio governo guianense já sinalizou, inclusive em comitivas presenciais com representantes locais, a intenção de se aproximar comercialmente de Roraima. Torçamos.