Cotidiano

Codesaima vai regularizar mais de 5 mil imóveis vendidos a mutuários

Presidente da Codesaima também afirmou que a manutenção das minas registradas pela companhia é fundamental para desenvolvimento do Estado 

MARCOS MARTINS

Colaborador Folha

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, comandado pelo economista Getúlio Cruz, neste domingo (11), o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), Anastase Vaptistis Papoortzis afirmou que a companhia deve regularizar mais de 5 mil imóveis que foram vendidos a mutuários do Estado.

Conforme o presidente, somente após essa etapa os mutuários poderão registrar os imóveis em seu nome. “É uma coisa que não tem sido feito nos 40 anos de funcionamento da Codesaima e está sendo feita agora. No próximo mês, já estaremos regularizando os primeiros imóveis. Atualmente vemos o futuro da companhia como uma Cohab, uma companhia que vai fazer habitações para o roraimense”, afirma.

Seguindo essa linha de companhia habitacional, Anastase destaca que a ideia será criar uma empresa autônoma a partir da Codesaima. “Nossa principal ideia é que no próximo ano vamos começar com a construção de 300 habitações no estado. Nós perdemos o conhecimento e não sabemos mais como fazer. Por isso, estamos trazendo técnicos habilitados e experientes para passarem o conhecimento novamente e começarmos de novo. A questão das dívidas da Codesaima limita a nossa atuação, mas estamos pensando numa empresa autônoma criada a partir da companhia. Essa empresa receberia o acervo habitacional da Codesaima”, revela ainda.

Entre os outros assuntos discutidos pelo presidente Anastase estiveram a atual situação do matadouro estadual (Mafir), a dispensa de servidores e o patrimônio da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), além das áreas de mineração do estado.

Conforme informações do presidente da Codesaima, atualmente a companhia tem 29 minas registradas. “Nós estamos esperando a legalização nas áreas indígenas, porque todas as minas registradas são perto dessas áreas. Já tivemos mais de 100 minas que foram caducando e perderam registro por culpa de dirigentes que dilapidaram o patrimônio”, explica.

Para Anastase, a boa manutenção e proteção dessas minas são de fundamental importância para o desenvolvimento do estado. “Elas [as minas] são o futuro do estado de Roraima. Com essas minas, a companhia não só pagará todas as suas dívidas para com os seus credores como também sustentará o desenvolvimento do estado para os próximos 50 ou mais anos. Temos minas de ouro, de tântalo, nióbio e outros metais que têm valores inestimáveis no mercado. Vamos captar recursos internacionais para aplicarmos e dessa forma escolheremos empresas que tenham capacidade de fazer a mineração sem danificar o meio ambiente”, analisa o presidente.

Sobre o Mafir e dispensa de servidores

Segundo o presidente da Codesaima, o Mafir foi fechado por determinação judicial e se encontra penhorado já tendo ido a leilão por duas vezes. “A dívida que levou à penhora do Mafir foi com a Eletrobrás, de cerca de R$ 45 milhões de reais. O posicionamento nosso é de que hoje em dia não é necessário um matadouro estadual. Temos aí outros melhores e eficientes, com um custo muito menor. Entendemos que não é uma atividade típica de estado e também seria impossível de competir com outros matadouros”, informa.

Também conforme o presidente, estudos feitos mostraram a necessidade de um investimento de R$ 50 milhões para tornar o Mafir competitivo e operável. “Um boi em pé há alguns meses atrás custava R$ 1,5 mil e o abate no Mafir, para cada cabeça de gado, custava R$ 10 mil. Se juntarmos todos os custos, ele é irrecuperável”, revela.

Anastase também comentou sobre a dispensa de mais de 80 servidores que atuavam no matadouro de Roraima ainda no início de 2019. “Quando assumimos, nos deparamos com uma folha inchada e uma empresa sem atividade. Tivemos a decisão difícil da demissão, mas tem tido decisões para reintegrar servidores e estamos recorrendo. Estaremos pagando todos os servidores, seus direitos estão garantidos e não abrimos mão disso. O fato de termos demitido não quer dizer que não temos compaixão com essas pessoas, mas precisávamos tomar uma decisão”, informa ainda.