O evento Socioeconomia do Clima, promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) em parceria com o E-Mundi (Encontro Mundial da Imprensa), reúne jornalistas de vários estados brasileiros, até esta quarta-feira, 27, para discutir como os impactos da crise climática já afetam a economia do país e quais caminhos podem ser adotados para reduzir essas consequências.
O evento faz parte da Rio Climate Action Week, que é uma iniciativa independente e apartidária, em apoio à Presidência Brasileira da COP30 e em parceria com a London Climate Action Week, para mostrar e mobilizar ações climáticas em todos os níveis, com foco no financiamento para entrega em larga escala.
Roraima está sendo representado pela editora-chefe da FolhaBV, Dina Vieira.
No primeiro dia, as atividades ocorreram em dois pontos do Rio de Janeiro: o hotel Windsor Flórida, no Flamengo, e a Casa França-Brasil, no Centro. As palestras mostraram como fenômenos climáticos extremos interferem diretamente na produção agrícola, na oferta de alimentos e até na vida de milhões de brasileiros que hoje dependem de programas de assistência.
Entre os palestrantes estiveram nomes de destaque como Victoria Santos (iCS), Daniel Contrucci (Climate Ventures e NIL), Bráulio Borges (economista da LCA e pesquisador do projeto Esse Tal do Efeito Estufa), Walter De Simoni (iCS), Marcelle Oliveira (Campeã da Juventude COP30), Thelma Krug (ex-vice-presidente do IPCC), Paulo Saldiva (Sociedade Internacional de Saúde Urbana) e Eduardo Assad (FGV/GV Agro e Fauna Projetos).
Para Bráulio Borges, o desafio não é apenas lidar com os efeitos das mudanças climáticas sobre a economia, mas repensar o próprio desenho das políticas públicas. ‘’Se insistirmos em tratar clima como um tema isolado, corremos o risco de comprometer produtividade, competitividade e bem-estar social nas próximas décadas.”
As discussões reforçam a urgência de políticas públicas que conciliem desenvolvimento e preservação ambiental, algo que tem ligação direta com a realidade roraimense, estado que convive com secas cada vez mais prolongadas, além da dependência de matrizes energéticas vulneráveis e da pressão sobre comunidades tradicionais.