A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um tema futurista de filmes para se tornar realidade no cotidiano dos jovens brasileiros — e no Norte não é diferente. Uma pesquisa recente mostra que 75% das pessoas já utilizam a tecnologia em suas rotinas, seja “muito” (32%) ou “um pouco” (43%).
Entre os que afirmam usar bastante IA, a presença é ainda maior entre quem tem ensino superior (47%) e está nas classes A e B (40%). A faixa etária mais conectada é a de 25 a 34 anos, com 41% afirmando usar a tecnologia no dia a dia, seguida de perto pelos jovens de 16 a 24 anos (38%). Já entre quem tem mais de 60 anos, a presença cai para apenas 19%.
Apesar de quase metade dos entrevistados (46%) admitir que não entende exatamente o que significa “inteligência artificial”, 93% utilizam ferramentas que dependem dela
As mais comuns são:
Redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp (89%)
Plataformas de streaming como Netflix, YouTube e Spotify (78%)
Mapas e navegação como Google Maps e Waze (63%)
Assistentes de voz como Alexa e Siri (54%)
Ferramentas de texto como ChatGPT, Gemini e DeepSeek (43%)
Geradores de imagem e vídeo como MidJourney e DALL-E (31%)
Para quê os jovens usam?
A pesquisa mostra que 70% dos usuários de IA recorrem à tecnologia para estudar, trabalhar ou se divertir. Entre os usos mais populares estão:
Buscar informações rápidas e responder perguntas complexas (56%)
Resumir textos e documentos (56%)
Descobrir filmes, séries, músicas e jogos (51%)
Aprender algo novo ou encontrar cursos (50%)
Criar conteúdos como textos, imagens ou vídeos (45%)
Apoiar saúde, como monitorar exercícios e dietas (44%)
No Norte, jovens destacam que as ferramentas também ajudam a economizar tempo no dia a dia, seja para agilizar trabalhos acadêmicos, encontrar referências para projetos ou até organizar viagens com recomendações personalizadas.
Gratuito x pago
A maioria prefere economizar: 69% utilizam apenas versões gratuitas das ferramentas de IA. Apenas 11% assinam versões pagas, enquanto 20% misturam as duas opções.
Escolaridade e classe social fazem diferença
Entre universitários, o uso da IA é ainda mais forte: 74% utilizam no trabalho e 73% para estudos. Já entre quem tem só ensino fundamental, esses números caem para 33% e 25%. O mesmo acontece em relação à renda: quanto maior a classe econômica, maior o uso das ferramentas.
E quem não usa?
Nem todo mundo se rendeu à IA. Entre os que nunca experimentaram, os motivos são:
Falta de interesse (34%)
Desconhecimento (24%)
Dificuldade no uso (17%)
Falta de confiança (15%)
Curiosamente, a falta de interesse é mais comum entre jovens adultos de 25 a 34 anos (53%), enquanto a desconfiança aparece mais entre os mais novos, de 16 a 24 anos (24%).
*Observatório Fundação Itaú apresenta a pesquisa Consumo e uso de Inteligência Artificial no Brasil, realizada com Datafolha