
O Estado de Roraima ocupa a penúltima colocação (26º) no Índice de Inovação dos Estados 2025, divulgado na terça-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realiza o estudo em parceria com o Observatório da Indústria Ceará. As 27 unidades federativas brasileiras são avaliadas de acordo com seu desempenho inovador. O estudo também conta com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Sebrae Nacional.
Criado para oferecer um diagnóstico detalhado dos ecossistemas estaduais de inovação, o Índice é uma pesquisa pioneira no Brasil, que mensura tanto os pontos fortes quanto as fragilidades, fornecendo dados essenciais para orientar políticas públicas e iniciativas voltadas ao fortalecimento da inovação em nível estadual e regional.
Durante os cinco anos em que o estudo vem sendo realizado, Roraima vem mudando de posição entre o último e o penúltimo colocado. No primeiro ano, em 2021, o Estado ficou em 26º lugar e subiu três posições em 2022, ficando em 23º. No entanto, caiu para último colocado nos anos de 2023 e 2024, ficando em 27º. Neste ano de 2025, subiu uma posição, ficando em penúltimo outra vez, 26º, à frente apenas do Maranhão. Os demais estados na última colocação junto com Roraima e Maranhão são: Tocantins (23º), Acre (24º) e Amapá (25º)
A metodologia para chegar ao Índice está estruturada em duas grandes dimensões: Capacidades, que avalia os recursos, estruturas, investimento público em ciência e tecnologia, capital humano, infraestrutura e instituições; e Resultados, que mensura os efeitos concretos do processo inovador, como produção científica, propriedade intelectual, empreendedorismo e sustentabilidade ambiental.
O significado de estar entre penúltima e última colocação nos últimos cinco anos pode ser entendido a partir dos motivos que levaram os estados a alcançaram o topo da pesquisa, como infraestrutura desenvolvida, concentração de universidades de excelência, arcabouço institucional robusto, presença de empresas de base tecnológica e elevado número de registros de patentes, os quais são fatores que contribuem diretamente para a performance inovadora das unidades da Federação.
Pela posição que ocupa, fica visível a distância entre o discurso que os políticos pregam e a realidade que o Estado enfrenta, sem nenhum sinal claro de potencial transformador da região, sem políticas adequadas e investimentos consistentes. O fraco desempenho de Roraima e de outros estados do Norte em áreas como sustentabilidade ambiental e capital humano revela vocações regionais que precisam ser fortalecidas.
Sempre na rabeira nas seguidas pesquisas desde 2021, os dados apenas revelam que Roraima é um Estado que não tem se preocupado com políticas públicas efetivas, muito menos toma decisões estratégicas e com articulações entre governo, setor produtivo, academia e sociedade civil em prol do desenvolvimento sustentável, conforme diz a premissa da pesquisa.
Não poderia ser diferente, uma vez que, nos últimos anos, apostou-se no garimpo ilegal como salvação, atividade esta que naturalmente atrai outros crimes e que deixa para a população somente as mazelas, como a criminalidade que se mostra cotidianamente nos noticiários policiais no rastro deixado pelo narcogarimpo.
*Colunista