Historicamente, a taxa de desemprego da população jovem no Brasil é bastante alta. Problemas como a falta de experiência e a baixa qualificação contribuem para esses índices. Mas um estudo divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego trouxe boas notícias em relação a essa questão. A taxa de desemprego entre os jovens caiu de 25,2% para 14,3%. Além disso, a taxa de informalidade passou de 48% para 44%.
A redução no número de jovens de 18 a 24 anos que não estudam nem trabalham representa um avanço importante. Mas ainda há um logo caminho a ser percorrido, que passa pela oferta de oportunidades a esta parcela da população. E, nesse sentido, é necessário identificar as potencialidades dessa juventude e contextualizá-la nesse novo mercado de trabalho, que traz novos desafios a essas gerações.
É urgente pensar em estratégias que possibilitem aos jovens alçar novos voos. Mas temos de ir além da capacitação técnica demandada pelas vagas de emprego. É preciso um olhar para as habilidades desses jovens, as competências diferenciadas que trazem essas novas gerações, fruto de sua afinidade com as novas tecnologias. Precisamos pensar o jovem como um potencial para a inovação e o futuro. Abrir espaço para que eles possam criar novas trajetórias profissionais.
Há cerca de quatro anos, o Sesc deu início ao Projeto Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes – LabMais, uma plataforma educativa e cultural em formato de laboratório artístico com foco no trabalho com as juventudes. O objetivo é desenvolver o potencial dos participantes, sob a ótica da economia da cultura. A partir de tecnologias de experimentação, comunicação e socialização, eles criam conteúdos nas mais diversas linguagens, como podcasts, filmes e ensaios fotográficos, produtos comuns às suas gerações.
Esse é um trabalho realizado em consonância com o Estatuto da Juventude, que aponta a inserção de jovens no mundo do trabalho como prioridade. Atualmente, o projeto é desenvolvido em 17 estados, estando presente em todas as regiões do país. No início de setembro, parte deles estará reunido na cidade gaúcha de Caxias do Sul para a realização do Festival LabMais. O evento foi construído com a participação dos alunos e traz para o debate a participação, colaboração e inserção das juventudes na cadeia produtiva da cultura, como agentes criativos e transformadores de seus territórios. O apoio dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo, por meio do Sesc, garante que iniciativas como essa avancem e se multipliquem, ampliando oportunidades e conectando essa nova geração a diferentes campos de atuação.
Reconhecer o potencial e criar condições para que ele se desenvolva é fundamental para ampliar a participação dos jovens para sua inclusão e produtividade. O país só tem a ganhar com a energia, a criatividade e a capacidade de renovação dessa força de trabalho.
José Carlos Cirilo
Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc