Dormir ao lado de quem amamos pode parecer reconfortante, mas a realidade é que essa prática nem sempre traz benefícios para a saúde do sono. Levantamentos recentes mostram que dividir a cama com o parceiro pode estar entre os motivos da insônia de muita gente.
Uma nova pesquisa conduzida pela Talker Research revelou que mais da metade dos entrevistados disse que dormir ao lado do parceiro os mantém acordados durante a noite. De acordo com o levantamento encomendado pela Avocado Green Mattress, uma em cada sete pessoas relatou ter noites de sono piores quando compartilha a cama.
Entre os entrevistados pela Talker Research, 51% admitiram dormir menos bem ao lado do parceiro. A maioria (63%) culpou o ronco, enquanto 52% apontaram os movimentos durante a noite, incluindo idas ao banheiro, como causa das interrupções no sono. Para 26%, o problema está em rotinas noturnas diferentes, e quase um quinto mencionou preferências opostas em relação à temperatura do quarto.
A ciência, porém, mostra prós e contras. Um estudo de 2021, publicado na revista Sleep, apontou que casais que dormem na mesma cama apresentam menor risco de apneia, melhor qualidade do sono, menos fadiga e maior satisfação de vida. Também relataram menos ansiedade e estresse, além de pegarem no sono mais facilmente do que casais que dormem separados. Outra pesquisa concluiu que dividir a cama pode levar a um aumento e estabilização do sono REM.
O impacto do sono compartilhado, no entanto, vai além do descanso: ele pode refletir na qualidade da relação. Casais emocionalmente próximos costumam apresentar ciclos de sono mais sincronizados e uma sensação maior de segurança. Ainda assim, nem todos conseguem usufruir desses benefícios, já que a má qualidade do sono é apontada como fator de desgaste emocional e até de problemas de saúde.
Entenda o que é o “divórcio do sono”
Por isso, alguns casais têm recorrido ao chamado “divórcio do sono”: a decisão de dormir em camas ou quartos separados, sem que isso represente um problema na vida a dois. Essa prática tem mostrado resultados positivos, já que noites bem dormidas estão ligadas a mais empatia, flexibilidade e equilíbrio nas relações. Claro que essa prática é normalmente adotada por casais que não estão em crise, para que não haja uma separação ainda maior entre suas rotinas.
Manter a intimidade, mesmo dormindo em camas diferentes, é possível. Criar rituais, como dar um beijo de boa noite, compartilhar momentos antes de dormir ou até promover “noites do pijama” ocasionais, pode ajudar a equilibrar proximidade e descanso de qualidade. No fim, a escolha deve ser pautada pelo bem-estar do casal. Dormir junto ou separado não é uma questão de amor, mas de saúde, afinal, nada substitui uma boa noite de sono.
