A safra de soja em Roraima será alvo de um levantamento técnico inédito a partir deste domingo (3), quando o Rally da Safra – Etapa Fronteiras iniciará o mapeamento detalhado das lavouras no estado. A iniciativa tem como objetivo principal reunir dados precisos sobre área plantada, produtividade, manejo e desafios fitossanitários, utilizando metodologia própria e consolidada ao longo de 22 edições em diversas regiões produtoras do país.
A equipe técnica percorrerá propriedades no entorno de Boa Vista para realizar medições em campo, como contagem de vagens e grãos, pesagem e análise da população de plantas. Esses dados, conforme o projeto realizado há 20 anos no Brasil, permitirão uma avaliação aprofundada da produtividade média e das condições das lavouras locais.
“Roraima apresentou um avanço expressivo na produção de soja nos últimos anos, mas ainda há uma lacuna grande de dados técnicos. O Rally chega para preencher esse vazio e dar visibilidade a uma nova fronteira agrícola que tem muito a crescer”, explica André Debastiani, coordenador da expedição técnica.
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O estado, único brasileiro totalmente situado no Hemisfério Norte, apresenta calendário agrícola diferenciado: o plantio ocorre entre abril e maio, com colheita até setembro. Essa sazonalidade cria uma janela estratégica para o mercado nacional, já que a maior parte da safra brasileira é comercializada antes.
A coleta de informações detalhadas é essencial para superar desafios regionais, como a logística que encarece o custo de produção e dificulta a competitividade local. Segundo Felipe Castro, sócio-diretor da Serra Verde Agroindustrial, “mapear com precisão o que realmente acontece na produção é fundamental para direcionar investimentos e aprimorar o manejo”.
Soja roraimense em números
De acordo com dados preliminares da Secretaria Estadual de Agricultura, a área cultivada com soja em Roraima cresceu 16 mil hectares na última safra, atingindo cerca de 132 mil hectares, com uma produção estimada de até 430 mil toneladas e produtividade média de 55 sacas por hectare. O projeto deve atualizar esses números e aprofundar a análise do cenário agrícola local.
Além das medições em campo, a etapa inclui encontros com produtores, revendas e lideranças do setor, ampliando o diálogo e fortalecendo a base técnica para o desenvolvimento sustentável da soja na região.
