EM UIRAMUTÃ

Denúncia aponta que Dsei-Leste não liberou aeronave para buscas por ex-tuxaua desaparecido no rio Cotingo

Procurada, a coordenadora do Dsei-Leste, disse que a equipe se colocou à disposição desde o início e que está em território indígena

O naufrágio aconteceu quando Gelson Ingaricó e a esposa atravessavam o rio em uma canoa. (Foto: Divulgação)
O naufrágio aconteceu quando Gelson Ingaricó e a esposa atravessavam o rio em uma canoa. (Foto: Divulgação)

A Defesa Civil de Uiramutã procurou a Folha de Boa Vista para denunciar o Dsei-Leste (Distrito Sanitário Especial Indígena Leste) por não liberar a aeronave que transportaria bombeiros de Boa Vista até a região da Serra do Sol, onde o indígena Gelson Ingaricó, ex-tuxaua da comunidade Manalai, desapareceu após o naufrágio de uma canoa no rio Cotingo, no último domingo (27).

Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, Julimar Sena, os bombeiros estavam prontos para embarcar na segunda (28), mas a aeronave solicitada não foi liberada, o que atrasou a chegada da equipe ao local, que é uma área de difícil acesso na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

“A equipe se preparou ontem, não liberaram a aeronave. […] Atrasou muito essa falta de aeronave para trazer os bombeiros, os mergulhadores. Estamos aqui, a comunidade reunida, brigadistas voluntários ajudando, mas tudo ficou nas nossas mãos”, relatou Julimar.

Segundo o coordenador, sem o suporte aéreo, os bombeiros precisaram seguir viagem por via terrestre e a comunidade segue fazendo as buscas por conta própria, com o apoio de moradores, tuxauas e brigadistas voluntários.

O naufrágio aconteceu quando Gelson e a esposa atravessavam o rio em uma canoa. A mulher conseguiu se salvar nadando até a margem, mas Gelson desapareceu nas águas. A embarcação e os pertences do casal foram encontrados por moradores locais.

O que diz o Dsei-Leste

A FolhaBV procurou o Dsei-Leste para esclarecer os motivos da não liberação da aeronave, se houve solicitação formal e qual o protocolo adotado para emergências em áreas indígenas. Segundo a coordenadora do Dsei-Leste, Lindinalva Marques, desde que o apoio foi solicitado, a equipe se colocou à disposição para ajudar e ela está atualmente em território, nas comunidades indígenas.

“Gostaria de esclarecer alguns pontos sobre a solicitação de horas de voo para a equipe de resgate. Fomos acionados no dia 28, às 15h, pela apoiadora do Condisi, para apoiar o deslocamento da equipe de resgate. Embora nosso contrato seja específico para transporte de equipes multidisciplinares do Dsei e remoção de pacientes, regulados pela central de regulação, nos organizamos para liberar o voo, pois já tínhamos um cronograma de entrada da equipe para aquela região. No entanto, descobrimos hoje que a equipe de resgate havia se deslocado às 4h da manhã, sem aguardar a resposta da liberação da aeronave. Estamos à disposição para fornecer quaisquer esclarecimentos adicionais”, acrescentou Lindinalva

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