TARIFAÇO DO TRUMP

UE e EUA fecham acordo comercial com tarifas de 15%, gerando críticas na Europa

Acordo prevê aumento drástico nos direitos aduaneiros, compras bilionárias de energia e material militar norte-americano

Foto Andrew Harnik
Foto Andrew Harnik

A União Europeia e os Estados Unidos firmaram no domingo (27) um novo acordo comercial que impõe tarifas de 15% sobre produtos europeus exportados para o mercado norte-americano. O anúncio foi feito em Turnberry, na Escócia, pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

As novas tarifas representam um aumento superior a 900% em relação à taxa anterior, vigente antes do regresso de Trump à Casa Branca. Além das tarifas, o acordo inclui compromissos europeus para a compra de energia norte-americana no valor de US$ 750 bilhões e investimentos adicionais de US$ 600 bilhões, bem como a ampliação das aquisições de material militar fabricado nos EUA.

Críticas na Europa
O ministro francês do Comércio Externo, Laurent Saint-Martin, criticou duramente o pacto, classificando-o como “desequilibrado” e motivado por questões políticas. Em entrevista à rádio France Inter, Saint-Martin defendeu que o bloco europeu deve “afirmar-se como uma potência económica, sobretudo no setor dos serviços”.

“Eu não quero que fiquemos pelo que aconteceu ontem”, afirmou o ministro, em referência ao anúncio do acordo.

Também a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, comentou o tema à margem da Cimeira da ONU sobre sistemas alimentares, realizada na Etiópia. Meloni considerou o acordo “sustentável”, mas alertou para a necessidade de analisar os detalhes. Segundo ela, um agravamento das relações comerciais entre Europa e Estados Unidos poderia trazer “consequências imprevisíveis e devastadoras”.

Contexto político
O novo pacto comercial surge após meses de negociações tensas e marca uma virada significativa nas relações transatlânticas, que vinham se deteriorando desde a reeleição de Donald Trump. Para críticos, o acordo impõe custos elevados à economia europeia e reforça a dependência do bloco em relação aos EUA, especialmente nos setores energético e militar.

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