Líderes da Comunidade do Caribe (Caricom) divulgaram comunicado em que defendem uma solução pacífica para o litígio entre Venezuela e Guiana em torno do território de Essequibo, que representa 74% da área guianense.
Eles publicaram a carta nessa sexta-feira (11) após a 49ª reunião do bloco em Montego Bay, na Jamaica. Com 20 territórios independentes e não independentes, a comunidade tem a missão de fortalecer a voz de pequenas nações da região a nível internacional.
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No comunicado, os líderes, então, não reconheceram a eleição de Nicolás Maduro para escolher governador e deputados de Essequibo, proibida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Na realidade, nenhuma eleição foi realizada pela Venezuela na região de Essequibo, na Guiana. Os chefes de governo incentivaram a Venezuela a apresentar sua réplica, a alegação final escrita no caso, até 11 de agosto de 2025, em conformidade com a ordem de agendamento da Corte Internacional de Justiça”, pontuou, na carta.
Os chefes de governo prestaram “total apoio” ao processo judicial em andamento na CIJ, conforme o direito internacional, e à manutenção da soberania e integridade territorial da Guiana. A Venezuela ainda não comentou a declaração.
Tensão
Em 25 de maio, apenas 32% de eleitores aptos elegeram o almirante Neil Villamizar como governador de Essequibo. O pleito, entretanto, ocorreu na fronteira da Venezuela com a Guiana. O candidato apoiado pelo ditador Nicolás Maduro já foi empossado.
A vice-presidente da ditadura venezuelana, Delcy Rodriguez, chegou a divulgar um vídeo que supostamente mostrava guianenses atravessando a fronteira para participar da votação. Mas a Guiana desmentiu e classificou o pleito como “fracasso”.
A tensão entre os países vem aumentando desde 2023, quando Maduro comandou um referendo em que a população aprovou a anexação de Essequibo à Venezuela. O ditador, então, oficializou a medida no ano seguinte.
O Brasil, que defende uma solução pacífica para o conflito, também intensifica o alerta na fronteira, tanto que vem reforçando o quantitativo de militares e blindados do Exército em Roraima.