RORAIMA

ALE-RR aprova folga ou dinheiro extra para servidores no alto escalão

Texto que segue para sanção governamental prevê licença compensatória por acumulação de acervo para servidores efetivos que ocupam cargos de secretário

O palácio Senador Hélio Campos, sede do Governo de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O palácio Senador Hélio Campos, sede do Governo de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Os deputados estaduais aprovaram, nesta terça-feira (2), por 17 votos, o Projeto de Lei Complementar do governador Antonio Denarium (Progressistas) que cria a licença compensatória por acumulação de acervo processual, procedimental e administrativo para servidores civis e militares efetivos que ocupam cargos de secretário. O texto retorna para Denarium sancioná-lo.

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No caso de auditores e técnicos do grupo Tributação, Arrecadação e Fiscalização (TAF), a regra também valeria para servidores responsáveis pelo julgamento da segunda instância administrativa da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).

Aliado do governador, o deputado Marcos Jorge (Republicanos) defendeu, sem exceção, a valorização de todos os servidores efetivos.

“Não podemos ter um modelo que venha a prestigiar aquele que venha a servir a população em funções estratégicas, mas penaliza o servidor que passou em concurso público e não tem as mesmas condições”, pontuou.

‘Jabuti’

A Assembleia incluiu um “jabuti” à proposta original: quatro emendas do deputado Dr. Cláudio Cirurgião (União Brasil) para incentivar maior doação de sangue por parte de servidores, algo sem relação com o propósito original do projeto.

O parlamentar emplacou uma regra que autoriza até cinco folgas consecutivas ou não, sem prejudicar salário e benefícios, para servidores que completarem o ciclo máximo de doações de sangue em um intervalo de 12 meses (quatro para homens e três para mulheres).

O servidor, no entanto, não poderia converter esse benefício em dinheiro extra (pecúnia). Caso o setor responsável não concorde com os dias sugeridos, as folgas serão adicionadas às férias do trabalhador.

O funcionário, no entanto, não seria prejudicado com o seu direito mesmo se o gestor responsável por esta concessão ficar inerte.

Como seria a licença compensatória

O propósito original do projeto é conceder, para o servidor efetivo atualmente no alto escalão, um dia de folga para cada três dias de trabalho. Por mês, o secretário estadual teria até dez benefícios.

Caso não queira a folga, o funcionário poderá converter o tempo extra em dinheiro (pecúnia). Assim, titulares das pastas poderão receber até R$ 9.737 por mês. Os adjuntos, até R$ 8.276,30 mensais.

Mas para isso, os secretários deverão formalizar o pedido até o quinto dia útil após o mês em que acumulou o trabalho. Se não pedir, a compensação será automaticamente paga em dinheiro.

A medida não prejudicará o salário, o tempo de serviço e outros direitos dos servidores no alto escalão.

Pressão interna pela proposta

Folha BV apurou que a proposta surgiu após servidores efetivos – que atualmente ocupam cargos no primeiro escalão do Governo – pressionarem Denarium, inclusive com ameaça de deixar as funções.

Funcionários do estágio mais avançado da carreira que recebiam salários acima dos de secretário titular (R$ 29.211) e adjunto (R$ 24.829), por exemplo, reclamam da redução dos vencimentos por assumir os cargos e da impossibilidade de acumular as remunerações.

O projeto, então, ingressaria em uma brecha na legislação para permitir que esses secretários recebam acima do teto constitucional – atualmente em R$ 46.366,19.

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