BOA VISTA

Prefeitura vai pagar componente de qualidade retroativo para equipes de saúde

Medida beneficiará ACSs, ACEs e integrantes de eSF, eAP, eSB e eMulti. Superintendente anunciou novidade em audiência na Câmara

Prefeitura vai pagar componente de qualidade retroativo para equipes de saúde Prefeitura vai pagar componente de qualidade retroativo para equipes de saúde Prefeitura vai pagar componente de qualidade retroativo para equipes de saúde Prefeitura vai pagar componente de qualidade retroativo para equipes de saúde
Manifestação ocorreu na frente do Palácio 9 de Julho (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
Manifestação ocorreu na frente do Palácio 9 de Julho (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

O superintendente da Vigilância Sanitária de Boa Vista, Paulo Linhares, revelou que a Prefeitura vai pagar, a partir de julho, o componente de qualidade para equipes de saúde da capital. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (23), na audiência pública da Câmara Municipal que discutiu o novo modelo cofinanciamento da Atenção Primária à Saúde.

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A medida, então, vai beneficiar agentes comunitários de saúde (ACS) e de combate a endemias (ACEs), e os profissionais que integram as equipes de Saúde da Família (eSF), da Atenção Primária (eAP), da Saúde Bucal (eSB) e as Multiprofissionais (eMulti).

Os servidores deixaram de receber os valores em 2024 após o Ministério da Saúde mudar o modelo, o que exige que cada município mude a própria lei para garantir o pagamento.

A pasta é responsável por enviar essa verba aos municípios, que, por sua vez, devem compensar diretamente os profissionais. A ideia é estimular boas práticas e favorecer a melhoria da qualidade do atendimento na ponta.

Em Boa Vista, Linhares disse que a Prefeitura prepara um Projeto de Lei (PL) para enviar à Câmara com o intuito de assegurar o pagamento retroativo em Boa Vista.

Segundo ele, o prefeito Arthur Henrique (MDB) não enviou a proposta ainda no ano passado por causa de proibições da lei eleitoral.

“Ele pediu dez dias pra fazer uma proposta de parcelamento, porque é um valor alto que vai contemplar todos os servidores”, explicou Paulo Linhares. “A gente está só definindo os valores em relação aos componentes de qualidade regular, bom, ótimo. Hoje o governo federal financia no valor bom e vai financiá-lo até o final do ano. Em 2026, esse valor será de acordo com o desempenho das equipes de saúde”.

O ex-presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias (Sindacse) em Roraima, Flaviney Almeida, pediu que a Prefeitura envie o projeto com pedido para aprová-lo com urgência.

O ex-presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias (Sindacse) em Roraima, Flaviney Almeida, em audiência na Câmara Municipal (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Por sua vez, o presidente e autor da audiência, vereador Marcelo Nunes (PDT), criticou a demora no envio do projeto enquanto se aproxima do recesso parlamentar.

“[Esse pagamento] só foi acelerado por conta da mobilização que foi feita pelos servidores, por esta audiência pública, muito mais do que a vontade do Executivo”, disse o parlamentar.

O vereador Marcelo Nunes durante audiência pública na Câmra Municipal de Boa Vista (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Denúncias

Mesa da audiência pública da Câmara Municipal de Boa Vista que discutiu novo modelo de cofinanciamento da atenção primária à saúde (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Durante o evento, sindicalistas denunciaram problemas e distorções na rede municipal de Saúde. A presidente do Sitram (Sindicato dos Trabalhadores Municipais), Lucinalda Coelho, citou que o CPCOM (Centro de Prevenção de Câncer) está sem capela, o equipamento que protege os profissionais da exposição a substâncias em manipulação em laboratório.

Assim, a única profissional do espaço não tem como analisar os exames preventivos de pacientes.

“Há mais de 1 mil mães, a maioria mães solos, sem receber o resultado dos exames […]. Tem mães que precisam estar fazendo tratamento de câncer e não estão fazendo”, alertou Lucinalda.

Por sua vez, a presidente do Sintras-RR (Sindicato da Saúde de Roraima), Maceli Carvalho, defendeu que técnicos e auxiliares de odontologia trabalhem 20 horas, mesma jornada de trabalho dos odontólogos.

“Temos profissionais odontólogos que trabalham 20 horas semanais na Prefeitura e são muito bem remunerados. Acredito que essa política de valorização salarial deve ser estendida a todos os profissionais”, disse, que também destacou que nem todos os enfermeiros recebem integralmente os salários conforme o piso nacional da Enfermagem.

O superintendente de atenção primária de Boa Vista, André Cruz, se comprometeu a levar os problemas ao conhecimento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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