Chegou a fase das alegações finais em uma das ações penais que apuram o desvio de grãos do Complexo Agroindustrial de Silos Graneleiros. As investigações, parte da Operação Êxodo 23:16, focam na época em que o complexo era utilizado pela Cooperativa de Produção Agropecuária do Extremo Norte Brasileiro, conhecida como Cooperativa Grão-Norte.
Um diretor e um ex-funcionário da cooperativa foram denunciados pelos crimes de apropriação indébita dos grãos armazenados nos silos e por dano qualificado a equipamentos e maquinários. De acordo com as investigações, a dupla teria orquestrado um esquema de apropriação de grãos entre os anos de 2018 e 2020.
Estima-se que cerca de 11 mil toneladas de grãos foram desviadas dos silos, avaliadas em aproximadamente R$ 12,8 milhões. Esses grãos teriam sido comercializados tanto no mercado local quanto para comerciantes na Guiana. O esquema teria lesado um total de 20 vítimas, incluindo produtores, pequenas associações e cooperativas de agricultores.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) afirma que “resta claro que, no que se refere às condutas criminosas perpetradas no âmbito da Cooperativa ‘Grão Norte’, os réus não só tinham ciência dos acontecimentos, como eram os verdadeiros autores intelectuais, com domínio da dinâmica criminosa e com poder diretivo. Igualmente, tem-se que as condutas criminosas relacionadas aos fatos em apreço tinham como objetivo a consecução dos desígnios de ambos, restando clara a relação de coautoria”.
Com a apresentação das alegações finais, as defesas dos réus terão um prazo de 30 dias para apresentar suas próprias manifestações. Após essa etapa, o processo será concluído e encaminhado para julgamento.
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