O Irã acionou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir os ataques israelenses contra o Irã. O colegiado presidido em junho pela Guiana, país vizinho do Brasil por Roraima, fará uma reunião emergencial nesta sexta-feira (13).
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Representante permanente da Guiana na ONU, a embaixadora Carolyn Rodrigues-Birkett, é quem lidera os trabalhos no colegiado.
O conselho é o único da ONU com autoridade para impor sanções, autorizar o uso da força militar e enviar missões de paz.
Assim, neste mês, a Guiana tem o papel de:
- Convocar e presidir sessões urgentes, organizando debates entre os membros;
- Exercer voto igual ao dos demais, mas sem direito a veto, guiando as deliberações;
- Facilitar consensos e redigir declarações ou projetos de resolução; e
- Manter a agenda atualizada do conselho.
A nação guianense, no entanto, é membro não permanente do conselho para o mandato de 2024-2025.
A última vez que ocupou a presidência foi, portanto, em fevereiro do ano passado.
Durante aquele período, outros membros do colegiado, então, elogiaram o País por adotar uma abordagem transparente, consultiva e inclusiva.
O que alegou o Irã ao conselho
De acordo a agência de notícias iraniana Tasnim, o representante permanente do Irã na ONU, Amir Saeed Iravani, enviou uma carta ao conselho para condenar as agressões israelenses, e acusou os Estados Unidos de apoiá-los – embora o país americano negue.
Ao pedir a reunião urgente, Iravani defendeu medidas decisivas contra as ações de Israel, responsabilize a nação sionista e que o conselho condene a agressão.
“O regime sionista, em um ato imprudente, ilegal e premeditado, realizou uma série de ataques militares coordenados contra as instalações nucleares e a infraestrutura civil da República Islâmica do Irã. Essas ações são consideradas uma clara violação da Carta das Nações Unidas e dos princípios fundamentais do direito internacional, e suas consequências perigosas ameaçam gravemente a paz e a segurança regionais e internacionais.”
Para o Irã, “ataques a tais centros não apenas ameaçam diretamente a vida de civis iranianos, mas também representam o risco de um desastre radiológico irreparável na região”.
A diplomacia iraniana alertou que a continuação dessa tendência poderia se tornar um modelo perigoso para outros atores e representar uma séria ameaça à segurança coletiva mundial. Além disso, enfatizou que os ataques são uma “declaração de guerra” contra o Irã.
“Este regime, que é sem dúvida um dos mais terroristas e ilegais do mundo, ultrapassou todas as linhas vermelhas e a comunidade internacional não deve permitir que estes crimes fiquem sem resposta”, diz a carta de Iravani, que promete resposta. “A República Islâmica do Irã responderá a essas ações covardes e ilegais de forma decisiva, proporcional e dissuasiva, no momento e local apropriados”.